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CASO MARIA STELLA

Quatro anos após suicídio de maquiadora, MP denuncia acusado de estupro

Vítima foi casada com um advogado de família política influente da Capital sul-mato-grossense

Maquiadora foi estuprada antes do suicídio. Acusado está desaparecido do radar das autoridades. Foto: Arquivo | MS Notícias

Em 5 de julho de 2024 o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) ofereceu denúncia contra Antônio Carlos Barros Hermozilla, de 45 anos, pela prática de estupro de vulnerável contra a maquiadora Maria Stella Coelho Coimbra, encontrada morta aos 37 anos em 09 de outubro de 2020.

Como revelamos com exclusividade aqui no MS Notícias, a justiça investiga se Maria Stella foi estuprada semanas antes de ser achada morta nos fundos da casa onde vivia, no Jardim Bela Vista em Campo Grande. A polícia concluiu em 26 de julho de 2021 que a maquiadora cometeu de fato suicídio.

Maria Stella foi casada com um advogado de família política influente da Capital sul-mato-grossense, com quem teve um filho, hoje com 14 anos de idade. Stella separou-se do advogado em março de 2020, quatro meses antes de sua morte. Antônio Carlos conhecia Stella desde a infância, mas começou a se aproximar em 2019, quando ela namorou uma rapaz do qual ele é primo. Posteriormente, o acusado passou a seguir Stella nas redes, onde ele se vendia como um 'cavalheiro', estudioso, e dessa maneira foi ganhando a confiança de Maria Stella. 

Apesar de conhecer o histórico de tratamento psicológico de Maria Stella, a família recolheu indícios que indicam que um agravante para o suicídio foi Antônio Carlos ter estuprado Maria Stella. Após o crime, ele tentava evitar que ela o denunciasse, criando diversos perfis nas redes sociais para perseguir ela.

Uma irmã da vítima já declarou ao site que o estupro ocorreu entre os dias 14 e 15 de setembro de 2020, quando o acusado bebeu com a vítima e ela, repentinamente, dormiu. “Passou a sentir um sono intenso, e avisou ele que iria se deitar. Quando ela acordou no dia seguinte, seu vestido estava nos seios e sua roupa e o sofá onde acabou apagando também estava cheio de conteúdo [sêmen] dele”, contou a irmã à reportagem em 2021

O inquérito teve início na 1ª Delegacia de Polícia Civil e com base em um quadro de provas indicando o estupro de vulnerável – pois a vítima estava dopada por uma mistura de álcool e medicamentos –  a promotora Candy H. C. Marques Moreira ofereceu denúncia contra Antônio Calos.

O acusado não foi localizado para dar sua versão sobre os fatos. 

A reportagem apurou, inclusive, que a Justiça não sabe o paradeiro do acusado e nem mesmo o de sua defesa.