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AMÉRICA LATINA

Após reeleição de Maduro, povo protesta na Venezuela: "Governo vai cair"

Protestos começaram em várias regiões do país

Foto: Lusa

Na 2ª.feira (29.jul.24), milhares de venezuelanos saíram às ruas em protesto contra os resultados das eleições presidenciais divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que proclamaram Nicolás Maduro como vencedor.

Os manifestantes, que entoavam o grito de "Até o fim", se concentraram em diversas localidades do país. Em Falcón, houve tentativas de derrubar uma estátua do ex-líder socialista Hugo Chávez na Plaza Chávez de Las Eugénias. Em La Isabelica, Valência, no estado de Carabobo, centenas de pessoas, incluindo motociclistas, protestaram contra o resultado das eleições.

Na autoestrada que liga Caracas ao estado de La Guaira, pneus queimados foram usados para bloquear o tráfego. Em Petare, um dos maiores bairros pobres da América Latina, em Caracas, manifestantes, alguns encapuzados, destruíram cartazes da campanha de Maduro e gritavam palavras de ordem contra o presidente.

Em Petare, centenas de pessoas marcharam a pé e de moto do centro da cidade até os armazéns do CNE em Mariche, cantando "vai cair, este governo vai cair" e "vamos até o fim". No bairro de El Cementerio, também em Caracas, manifestantes expulsaram funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (PNB), chamando-os de "covardes" por não protegerem a população.

Em Los Teques, a 30 quilômetros ao sul de Caracas, apesar da chuva, centenas de pessoas marcharam da Avenida Independência até La Matica em protesto contra os resultados eleitorais. Em Maracaibo, no estado de Zúlia, as forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, conforme mostram vídeos nas redes sociais.

Em Arágua, a 100 quilômetros de Caracas, centenas de pessoas se concentraram perto da Base Aérea Libertador. Com a propagação das manifestações, muitos moradores apoiaram os protestos batendo panelas e tocando vuvuzelas das janelas.

O Procurador-Geral da Venezuela, Tareck William Saab, alertou que cidadãos envolvidos em atos de violência ou na rejeição dos resultados do CNE poderiam enfrentar prisão. "Alertamos que atos de violência e incitação pública podem resultar em penas de três a seis anos de prisão", declarou em um discurso transmitido pela televisão. Saab também anunciou que o Ministério Público iniciou uma investigação contra os opositores María Corina Machado, Leopoldo López e Lester Toledo, acusados de tentar alterar os resultados das eleições ao atacar o sistema de transmissão de dados do CNE.

O CNE declarou Nicolás Maduro reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, totalizando 5,15 milhões de votos, enquanto o candidato da oposição, Edmundo Gonzalez Urrutia, obteve 4,5 milhões de votos, ou 44,2%. A oposição, liderada por María Corina Machado, contesta os resultados e afirma ter vencido com 70% dos votos para Edmundo González Urrutia, recusando-se a reconhecer a vitória proclamada pelo CNE.