OPERAÇÃO JOÃO ROMÃO
De novo, PF aponta corrupção de R$ 12 milhões na prefeitura de Corumbá
Reincidente, secretário do prefeito Marcelo Iunes teria criado empresa para lucrar
A prefeitura de Corumbá (MS), sob a administração de Marcelo Iunes (PSDB), é novamente alvo da Polícia Federal (PF), na manhã desta 4ª.feira (3.jul.24).
Segundo os federais, são cumpridos 14 mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação João Romão, que apura corrupção em contratos licitatórios, e o desvio de R$ 12 milhões.
Objetivamente, os federais fizeram uma devassa nos escritórios da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos da Prefeitura Municipal de Corumbá, chefiada por Ricardo Campos Ametlla. O chefe da pasta seria o dono da empresa Agility Serviços Integrados Ltda, criada em abril de 2021 com escritório em Ladário (MS), cidade há 6 quilômetros de Corumbá.
Alvos também estão sendo caçados na Capital sul-mato-grossense. “A investigação, que se iniciou em 2021, mostrou que o atual secretário municipal teria criado uma empresa que acabou vencendo diversos procedimentos licitatórios da pasta sob sua responsabilidade, sendo responsável por obras cujos valores ultrapassam R$ 12 milhões. Ainda durante as investigações foi possível colher indícios de irregularidades que teriam permitido a empresa suspeita ter capacidade financeira e técnica para participar dos certames licitatórios que venceu”, disse à PF em nota.
Ao longo das buscas nessa manhã, foram apreendidos documentos e mídias digitais, além de R$ 100 mil (R$ 60 mil em Corumbá e R$ 40 mil em Campo Grande) na casa de alvos da investigação e três veículos.
“Foram alvos da operação um servidor público, servidores comissionados e efetivos envolvidos nas autorizações e fiscalizações das obras executadas, além de pessoas responsáveis pelas empresas”, completou a PF.
O nome da operação, João Romão, é um personagem da obra O Cortiço, um comerciante avarento, ávido por dinheiro e que ganhava às custas de pessoas pobres, para quem alugava os cortiços.
ALVO DA OPERAÇÃO OFFSET
Vale lembrar que em 2020 Ricardo Campos Ametlla também foi alvo de investigação da Polícia Federal no âmbito da Operação Offset. Ele e o então assessor especial da prefeitura, Edson Panes de Oliveira Filho, foram acusados de fraudes em licitação e superfaturamento na prestação de serviço envolvendo empresa de engenharia campo-grandense.