OPERAÇÃO VIGILÂNCIA APROXIMADA
Ex-ministro Bebianno já havia denunciado Calos Bolsonaro por 'Abin Paralela'
Doze dias depois, Bebianno morreu subtamente de um infarto
O ex-ministro de Jair Bolsonaro, Gustavo Bebianno, revelou em 2 de março de 2020 que Carlos Bolsonaro estava atuando para criar uma 'Abin Paralela' a pedido do pai. “Um belo dia o Carlos me aparece com um nome de um delegado federal e de três agentes que seriam uma Abin paralela, porque ele não confiava na Abin. O general Heleno [então ministro do GSI, a quem a Abin é subordinada] foi chamado, ficou preocupado com aquilo, mas Heleno não é de confronto. A conversa acabou comigo e com o Santos Cruz [então ministro da Secretaria de Governo]. Aconselhamos ao presidente que não fizesse aquilo de maneira alguma. Muito pior que o gabinete de ódio, aquilo também seria motivo para impeachment. Depois eu saí, não sei se isso foi instalado ou não”, contou Bebianno em entrevista ao programa Roda Viva.
Na ocasião, Bebianno se recusou a dizer o nome do delegado da PF envolvido na ação de Carlos Bolsonaro. Ex-coordenador da campanha de Bolsonaro à Presidência, Bebianno foi ministro do Planalto de janeiro a fevereiro de 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro. Doze dias depois dessa entrevista, Bebianno morreu subtamente de um infarto.
Bebianno se referiu ao general Alberto Santos Cruz, outro que se opôs à iniciativa de Carlos e também foi demitido por pressão do vereador. Santos Cruz ficou seis meses no governo.
OPERAÇÃO VIGILÂNCIA APROXIMADA
Na época em que Bolsonaro era o mandatário o filho se achava intocável, mas nesta 2ª.feira (29.jan.24), a PF foi a uma das casas dos bolsonaros em Angra dos Reis — para cumprir mandados de busca e apreensão — e pai e filhos teriam se evadido do local usando uma embarcação.
Além de Carluxo, também são alvos da operação: Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora do vereador; Priscila Pereira e Silva, assessora do deputado federal Alexandre Ramagem; e Jean Carlo Gomes Rodrigues, militar do Exército que atuou na Abin durante o governo Bolsonaro. Na casa dele, em Salvador (BA), a PF apreendeu 10 aparelhos celulares.
Os investigadores também descobriram que na própria PF estava infiltrado o bolsonarista Marcelo Bormevet, que usava as redes para compartilhar conteúdo do filho de Jair Bolsonaro, que chamava pelo apelido de CB. Entre julho e novembro de 2020, Marcelo Bormevet compartilhou 13 conteúdos de Carlos Bolsonaro ou ligados a ele em sua conta no antigo Twitter (atual X).