OPERAÇÃO VIGILÂNCIA APROXIMADA
Polícia Federal desvenda 'Abin Paralela' de Jair Bolsonaro e filhos
Maior escândalo de espionagem ilegal de todos os tempos
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta 5ª.feira (25.jan.24) a Operação Vigilância Aproximada, para investigar o esquema criminoso de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O grupo monitorava ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.
O mandado de busca e apreensão que autorizou a investigação da “Abin Paralela” de Jair Bolsonaro teve seu sigilo retirado. Os detalhes divulgados revelam um esquema inédito na história do Brasil.
O esquema de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo passado visava municiar de informações o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan Bolsonaro, ambos filhos de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo Daniela Lima, da GloboNews, a agência chegou a produzir provas para favorecer Flávio e Renan Bolsonaro em processos judiciais.
ESCÂNDALO DE ESPIONAGEM
Com o avanço da tecnologia, este caso tornou-se o maior escândalo de espionagem ilegal de todos os tempos.
Apenas um dos programas de software ilegais utilizados, o Israel First Mile, já registou mais de 60 mil casos de espionagem em apenas dois anos.
De acordo com as investigações que surgiram, foram utilizados pelo menos três programas de espionagem ilegais (um para geolocalização, outro para monitorização da navegação informática e um terceiro para sequestro de dados).
Segundo o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, o objetivo do esquema de espionagem era obter informações para: O uso privado da família Bolsonaro, fornecendo informações obtidas ilegalmente para uso em processos judiciais e contra pessoas físicas; Alimentar as redes sociais (gabinete de ódio, “imprensa” amigável) com dossiês contra oponentes para humilhação pública.
O relato do que aconteceu nos porões da Abin de Ramagem, do Bolsonaro e de Heleno, chocante. Além de programas de espionagem, os agentes envolvidos nessas atividades ilegais utilizavam drones e câmeras para monitorar os adversários.
RACHADINHA DE FLÁVIO BOLSONARO
No caso do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), há indícios de que a Abin atuou na "preparação de relatórios" para defesa do parlamentar no caso das "rachadinhas".
No início do mandato de Bolsonaro na Presidência, Flávio foi acusado de recolher parte dos salários dos servidores de seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no período em que ele era deputado estadual. Posteriormente, a investigação foi anulada pelos tribunais superiores.
Em entrevista à GloboNews, Flávio Bolsonaro negou ter recebido informações da Abin e disse que alegação feita pela PF é "absurdo completo".
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA DE JAIR RENAN
A polícia apontou a Moraes que, sob a direção de Ramagem, a Abin trabalhou "para interferir em diversas investigações da Polícia Federal, como por exemplo, para tentar fazer prova a favor de Jair Renan Bolsonaro, filho do então presidente Jair Bolsonaro".
Segundo a PF, "no ano de 2021, foi instaurado inquérito policial federal para apurar suposto tráfico de influência perpetrado pelo senhor Renan Bolsonaro. Entre as circunstâncias, havia a premissa do recebimento pelo investigado de veículo elétrico para beneficiar empresários do ramo de exploração minerária".
A diligência da Abin neste caso, ainda de acordo com a PF, teve o objetivo de produzir provas de que o carro estava em posse "de um dos principais investigados – sócio de Renan Bolsonaro", e não do filho do então presidente.
FONTE: *Com GloboNews.