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OPERAÇÃO DAKOVO

Polícia Federal do Brasil prende ex-Comandante da Força Aérea do Paraguai

Acusado de tráfico internacional de armas

General da Força Aérea do Paraguai é preso em esquema de venda de armas para facções brasileiras. Foto: Redes

A Polícia Federal do Brasil prendeu, na 3ª feira (5.dez.23), o General do Ar Arturo Javier González Ocampo, que Comandou a Força Aérea Paraguaia (FAP) até o dia 21 de novembro de 2021. Ele foi preso em sua casa, em Assunção, no Paraguai, onde os agentes encontraram armas e grande quantidade de dinheiro.

Armas apreendidas durante a operação Dakovo, da Polícia Federal e da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, em 5 de dezembro de 2023. Foto: Senad Paraguai

Ocampo foi dos alvos da Operação Dakovo, que visa o combate ao tráfico internacional de armas. A operação tem como principal alvo Diego Hernan Dirísio, um argentino que vive no Paraguai, considerado o  maior contrabandista de armas da América do Sul

PF caça o maior contrabandista de armas da América do Sul: Diego Hernan Dirísio

A Operação Dakovo, cumpriu 25 mandados contra um grupo suspeito de negociar cerca de 43 mil armas com os chefes das maiores facções criminosas do Brasil em três anos. Estima-se que, nesse período, o grupo tenha movimentado cerca de R$ 1,2 bilhão.

A empresa International Auto Supply (IAS), sediada em Assunção, no Paraguai, era responsável pelo complexo esquema de tráfico internacional de armas da Europa para a América do Sul, que contava com o envolvimento do General Ocampo, bem como do General Jorge Antonio Orue Roa, do Coronel Bienvenido Fretes, da Capitã Josefina Cuevas Galeano e da Tenente Cinthia Maria Turro Braga, todos do Exército Paraguaio. Esse grupo facilitava a entrada de carregamentos de armas ilícitas no país.

Arturo Javier González Ocampo (à direita), ex-comandante da Força Aérea do Paraguai, durante homenagem concedida pela Força Aérea Brasileira (FAB) na comemoração de 41 anos da Missão Técnica Aeronáutica Brasileira (MTAB). Foto: Divulgação | Força Aérea 

A PF informou que a IAS importou milhares de pistolas, fuzis e munições de fabricantes da Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia. Após chegarem no Paraguai, as armas eram revendidas a grupos de intermediários que atuavam na fronteira entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu (PR), onde eram negociadas de maneira ilícita para o Brasil.

A Operação Dakovo foi realizada pela Polícia Federal em parceria com o Ministério Público Federal e com a cooperação internacional da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (SENAD/PY) com o Ministério Público do Paraguai. A ação contou ainda com a Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições (FICTA), composta pela HSI (Homeland Security Investigations), SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública), sob supervisão do Serviço de Repressão ao Tráfico de Armas da PF.

O processo está em andamento na 2º Vara Federal de Salvador (BA), que expediu 25 mandados de prisão preventiva, seis ordens de prisão temporária e 54 mandados de busca e apreensão em três países: Brasil, Paraguai e Estados Unidos.