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LAUDELINO FERREIRA VIEIRA

Lino é preso por roubo de avião do artista gobal Almir Sater

Lino foi expulso para o Brasil para cumprir sentenças que chegam a 80 anos de prisão

Preso condenado há 80 anos de cadeia é mentor intelectual de grupo que roubou aviões em MS. Foto: Reprodução

Laudelino Ferreira Vieira, mais conhecido como "Lino", foi preso pela Força de Segurança da Bolívia nessa 2ª feira (23.out.23) acusado do roubo de 3 aviões, incluindo o do músico e ator da TV Globo, Almir Sater. As aeronaves foram levadas de um hangar de Aquidauana (MS), em 2021.  

"A prisão ocorreu após a troca de informações entre as duas instituições policiais, devido a acordos de cooperação policial internacional", detalhou em nota a Polícia Federal (PF). 

Em 31 de maio de 2021 — 4 meses antes do roupo dos aviões — 'Lino' havia fugido do presídio de Segurança Máxima na Capital sul-mato-grossense. Ele cumpria a sentenças pela prática dos crimes de tráfico internacional de drogas, latrocínio, roubo majorado e homicídio.

"Dos males, foi o menor", diz Almir Sater sobre roubo de seu avião

Como mostramos aqui no MS Notícias, o avião tipo Sky Lane, matrícula PTDST, pertencente a estrela da novela Pantanal, foi roubado na madrugada de uma segunda-feira (6.set.21). Na época, um grupo de 18 suspeitos fortemente armados invadiu o Aeroclube de Aquidauana, rendeu e o obrigou o segurança do local a abastecer os aviões. 

Além do avião de Sater, foram levados naquele dia os seguintes aviões:

Um do tipo bonanza v35b, matrícula PTING, de propriedade do pecuarista e ex-prefeito de Aquidauana José Henrique Trindade; Um do tipo Sky Lane, matrícula PTKDI, do pecuarista Zelito Alves Ribeiro e de seu sócio, Joel Jacques. 

'O CABEÇA'

 Roger Breno Wirmond dos Santos, de 22 anos, e Cristhofer Cristaldo Rocha, de 21 anos. Foto: Jornal do Estado 

O nome de Lino surgiu como suspeito, quando a polícia prendeu em Anastácio (MS), Roger Breno Wirmond dos Santos, de 22 anos, e Cristhofer Cristaldo Rocha, de 21 anos, dois dias após o roubo. A dupla apontou "Lino" como o cabeça e disse que ele estava dando as ordens por chamada de vídeo, de um local desconhecido. Lázaro da Silva Ramires, também preso e processado por crimes de tráfico de drogas e furto qualificado (por mais de uma vez) era o “gerente” da quadrilha, mas precisava repassar as informações do crime para outras pessoas, uma delas era "Lino".  

O fugitivo tem histórico de participação no mesmo tipo de crime, ele é integrante de uma quadrilha que também roubou três aviões e matou o empresário Luís Fernandes de Carvalho em Corumbá, em 2004. Em 2015, ele foi condenado a 22 anos de prisão em regime fechado pela tentativa de assassinato de policiais rodoviários federais em julho de 2010, quando ele e um comparsa foram baleados após furar um bloqueio e disparar 10 tiros contra as equipes na BR-262, em Terenos. Eles tentavam trazer cocaína da Bolívia.

CONDENADO DA 80 ANOS 

Preso condenado há 80 anos de cadeia é mentor intelectual de grupo que roubou aviões em MS. Foto: Reprodução

Laudelino tem ficha criminal extensa, que começou aos 19 anos, quando, segundo o histórico policial, ele teria invadido uma casa em Naviraí. No fim da década de 1990, em Campo Grande, foi preso por furto e escapou da então colônia penal agrícola de Campo Grande.

Em 2004, foi, de acordo com a acusação, um dos líderes do assalto em que três aviões, avaliados em US$ 240 mil, foram roubados durante a invasão à empresa de táxi aéreo Ocororé, em Corumbá.A quadrilha liderada por Lino teria roubado 36 veículos num período de 18 meses, entre 2005 e 2006, apenas no lado brasileiro da fronteira de Corumbá com a Bolívia. No mesmo período, o bando foi apontado como responsável por 31 roubos de veículos em Arroyo Concépcion, Puerto Quijarro e Puerto Suárez.

Em determinada época da sua "carreira criminosa", Lino associou-se ao Primeiro Comando da Capital (PCC), grupo que também tem comandos na fronteira do Brasil com o Paraguai.  

Lino foi expulso para o Brasil na 4ª feira (25.out), onde deve responder judicialmente pelos crimes. Suas sentenças já julgadas à cumprir chegam a 80 anos de prisão.