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DEMOCRACIA VITORIOSA

STF deu resposta contundente ao obscurantismo golpista

As sentenças aplicadas pelos magistrados não atingem apenas o trio de abilolados que vandalizou os prédios dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário

Reprodução/ TSE

Lideranças bolsonaristas de Mato Grosso do Sul sofrem dura lição e engolem discursos antidemocráticos
Seguramente, políticos de pensamentos obtusos e que flertam com o obscurantismo ideológico andam revoltadíssimos. Apontam sua raiva contra a ampla maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal. E não é para ser diferente: o STF impôs penas duríssimas a três das pessoas denunciadas por crimes contra o estado democrático de direito, praticados em Brasília no dia 08 de janeiro.

As sentenças aplicadas pelos magistrados não atingem apenas o trio de abilolados que vandalizou os prédios dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, quebrando e até roubando quadros, obras de arte e objetos de grande valor histórico. A decisão condenatória foi também uma resposta a toda a composição humana filiada às ideologias fascistas e de extrema-direita abrigadas  no seio do bolsonarismo.

De Mato Grosso do Sul, um dos territórios de maior reveberação das mensagens e manifestações a serviço de Jair Bolsonaro e do golpe, diversas vozes de acentuada influência social e política reforçaram o coro nacional da insensatez. Nos acampamentos, nos bloqueios rodoviários, nas tribunas parlamentares e nos QGs da política havia sempre alguém reivindicando num dia a intervenção militar e no outro a anulação das eleições, com a deposição de Lula e a reinvestidura de Jair Bolsonaro.

Estas vozes - as mesmas dos hinos negacionistas - podiam ser as de manifestantes anônimos ou graduados a serviço de um direitismo aloprado, armamentista e antidemocrático que ainda continuam acendendo velas para pneus. Manifestantes como um simplório Zé da Silva ou um professoral Marcos Polon, Luiz Ovando ou Rodolfo Nogueira (deputados federais), Rafael Tavares ou João Catan (deputados estaduais), Sandro Benites e Tiago Vargas (vereadores) e até mesmo uma senadora (Tereza Cristina) e um senador (Nelsinho Trad).

INDIGESTÃO

A sucessão de denúncias, fatos e revelações que colocaram Jair Bolsonaro na corda-bomba na política consolida no segundo semestre deste ano o periodo mais indigesto para o bolsonarismo. Desde 2018, quando venceu a disputa presidencial, ele, sua família e seguidores não haviam experimentado  ainda o amargor de tantos reveses.

Já com uma condenação - acusado de crime eleitoral foi suspenso por oito anos de seus direitos políticos -, o ex-presidente tenta conservar a sua mística e empurrar com a barriga até à sucessão presidencial de 2026. Sabe que nãoi pode ser candidato, mas quer continuar vivo no cenário e liderando uma grande frente de oposição, com o desejo de por a nocaute seus quatro maiores inimigos: Lula, o PT, a esquerda e a democracia.

O problema é que, além de estar eleitoralmente morto e politicamente abalado, e ainda terá que ser julgado por outras denúncias, está perdendo  um pedaço considerável do próprio capital eleitoral. Vê forças que já foram suas aliadas cativas, bandeando-se para a trincheira do lulopetismo. No seu ambiente familiar, a situação também é das mais desanimadoras, com a sua mulher, Michelle, e seus filhos, enrolados por diferentes acusações, entre as quais o sumiço de jóias patrimoiniais do País.

Bolsonaro acreditava que seria apoiado pelas Forças Armadas, caso houvesse a necessidade de um golpe após a eleição. Ele sabia que perderia a disputa para Lula, por margem estreita - já havia recebido esta informação de seus canais de investigação e pesquisa. Por isto deixou o País e rumou para os EUA, logo após a proclamação da vitória do petiista, lá ficando até remoer a frustração e só então voltar ao seu País, na tentativa de recuperar-se politicamente.

Voltou e reencontrou com os antigos seguidores alguma esperança de recompor rapidamente sua influência. Entretanto, um quadro nada animador o apanhou de surpresa, com a explosão do escândalo das jóias estrangeiras e o afunilamento político e processual do malogrado intento golpista. Na CPI do 8 de janeiro e no âmbito do STF, as provas com fartura e as revelações de ex-auxiliares o deixaram num cerco de dificílima saída.