BOLSONARISMO
Mais golpistas de MS podem estar na mira da Polícia Federal
Imprensa brasileira mostra que investigações da PF se aproximam de bolsonaristas graduados, como o deputado federal Marcos Pollon, o campeão das urnas em MS
O espraiamento das investigações da Polícia Federal(PF) e do Ministério Público (MP) sobre a tentativa de golpe de 08 de Janeiro e toda a conjuntura de fatos e pessoas envolvidas, pouco a pouco vem alcançando e revelando seus personagens. Esta semana o MS Notícias trouxe informação fornecida por fontes do Distrito Federal dando conta do trabalho que a PF faz para chegar no maior número possível de golpistas, alguns mapeados em Mato Grosso do Sul.
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Desde as prisões efetuadas logo após os atos de vandalismo às sedes dos três poderes em Brasília, o estado sul mato-grossense passou a ser um dos mais constantes no olhar das investigações. Inicialmente, as intervenções policiais se dirigiam a pessoas sem grande visibilidade pública, mesmo sendo empresários, pecuaristas e profissionais liberais. Mas o avanço investigativo da PF, reforçado pelas revelações da CPI do 08 de janeiro, levanta ainda mais o véu que encobre praticantes, mandantes e insufladores do golpismo.
Hoje, as atenções se voltam para gente que até então parecia fora do foco das atuais investigações, principalmente políticos bolsonaristas ou de extrema-direita, parlamentares em sua maioria. São os deputados estaduais, deputados federais e vereadores que ajudaram a financiar ou incentivaram as mobilizações que buscavam anular as eleições do segundo turno, impedir a posse do presidente Lula, manter Jair Bolsonaro na presidência e provocar uma intervenção militar.
O CAMPEÃO
Neste nicho de responsabilidades está incluído o campeão das urnas sulmatogrossenses em 2022, o mais votado para deputado federal, Marcos Pollon (PL). O enquadramento de Pollon — líder do movimento pró-armas e um dos batedores da tropa bolsonarista — foi mencionado em reportagens de jornais e revistas de circulação nacional. Na "Veja" online de 6ª feira (25.ago.23), com o título "Tudo Pelo Ouro", o jornalista José Casado publicou matéria salientando que as investigações da PF revelam a ligação entre parlamentares e financiadores do esquema golpista. Um deles é Pollon, conforme o texto a seguir, assinado por Casado:
"Investigações sobre o movimento organizado para impedir a posse de Lula e manter Jair Bolsonaro no poder começaram a expor vínculos de parlamentares com empresários financiadores da insurgência. (...) Alguns parlamentares e empresários estão ligados, também, a um dos autores da tentativa de explosão de um caminhão-tanque na véspera do Natal no aeroporto de Brasília: George Washington Oliveira Souza, comerciante em Xinguara (PA), condenado a nove anos e quatro meses de prisão pelo atentado".
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O texto de Casado prossegue: "Houve respaldo de parlamentares com interesses políticos e empresariais no garimpo de ouro e em atividades agropecuárias no Pará e em Mato Grosso do Sul. Órgãos de segurança estão mapeando, por exemplo, os laços do senador José da Cruz Marinho (Podemos-PA), conhecido como Zequinha, com ativistas radicais — como os protagonistas do atentado frustrado — e empresários financiadores da insurgência organizada".
E o jornalista prossegue, enfatizando que os investigadores "também analisam participações dos deputados federais do Partido Liberal Joaquim Passarinho e Lenildo Mendes dos Santos Sertão, vulgo Delegado Caveira, e Marcos Sborowski Pollon, eleito pelo PL de Mato Grosso do Sul".
Sobre Pollon, algumas referências são singulares para quem está nas investigações: 42 anos, nasceu em Dourados, advogado especializado em agronegócio, professor universitário e influenciador digital. É ativista de extrema direita, fundador e líder da Associação Nacional Movimento Pró- Armas (Ampa), a maior associação armamentista do Brasil, engajada nas ações e nas teses conduzidas por Jair Bolsonaro. Amigo muito próximo da família do ex-presidente, teve como "padrinho" presencial do lançamento de sua candidatura o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL).
NUM SACO SÓ
Direta e indiretamente diversas pessoas atuaram com a intenção de forjar uma ruptura institucional e política. Para definir as responsabilidades, a PF não as diferencia, a não ser no grau de envolvimento de cada uma. O trabalho técnico da investigação está checando e medindo o papel de cada envolvido nas ações criminosas que ocorreram antes e durante o quebra-quebra no DF, como a vandalização de prédios, carros e até um frustrado arranjo para explodir um caminhão-tanque em frente ao Aeroporto de Brasília.
É voz corrente nas altas rodas da política nacional que o MP e a PF já definiram que todos os participantes do malogrado golpe, diretos ou indiretos, têm responsabilidades concretas. Os discursos, entrevistas e manifestações de políticos bolsonaristas incitando a quartelada formam uma montanha de evidências.
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