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INTERNACIONAL

Enfermeira serial killer de bebês: "Eu os matei de propósito"

Letby terá sentença decretada às 10h, da 2ª feira (21.ago), no Manchester Crown Court

Em junho de 2018, Letby foi oficialmente declarado suspeito e preso pela primeira vez. Foto: Sky News

A enfermeira Lucy Letby, de 33 anos, teve início do seu julgamento na 6ª feira (18.ago.23). Até 2ª feira (21.ago), ela deve ser setenciada pelo assassinato de 7 bebês e tentativa de assassinato de mais seis. Os crimes ocorreram no Hospital Condessa de Chester em 2015 e 2016.

Ela é acusada de injetar ar na corrente sanguínea de bebês, superdosá-los com insulina, remover aparelhos respiratórios ou sabotar seus cuidados de outras maneiras. A enfermeira estava presa desde 2018. 

Letby terá sentença final decretada às 10h, da 2ª no Manchester Crown Court. Ela já é considerada inocente de duas tentativas de assassinato e o júri debate outros seis ataques a UTI neonatal. 

O júri do tribunal do norte da Inglaterra vem afirmando que Letby é a maior assassina de crianças do Reino Unido da história.

INÍCIO DA CARREIRA 

Lucy Letby começou a trabalhar na unidade neonatal do Hospital Condessa de Chester em janeiro de 2012, pouco antes de completar 22 anos. Ela parecia como qualquer outra jovem enfermeira que amava seu trabalho.

Sua vida aparentemente girava em torno do hospital. Ela morava perto e se inscrevia para turnos em cima da hora. Fora do trabalho, frequentava bares, restaurantes e aulas de salsa com amigos e colegas.

PRIMEIRAS VÍTIMAS 

As primeiras mortes de que Letby foi acusado no julgamento foram as de um menino gêmeo e uma menina, Criança A e Criança B.

Todos os 17 bebês receberam anonimato no relato deste caso, mas seus nomes reais foram usados no tribunal.

O mais novo dos irmãos, Criança A, morreu em 8 de junho de 2015 depois de aparentemente ter sido injetado com ar. Ele estava estável e respirando sem suporte, mas piorou rapidamente cerca de uma hora depois que Letby entrou no turno.

Sua irmã mais velha foi atacada 28 horas depois, e sua frequência cardíaca caiu repentinamente. Letby estava entre os médicos que correram para salvá-la.

Era parte de uma horrenda cadeia de eventos que ninguém no hospital poderia ter previsto. 

Algumas crianças receberam injeções de ar, outras receberam muito leite, algumas tiveram seus aparelhos respiratórios removidos e uma foi encontrada com lesão traumática no fígado após sua morte. 

Letby é acusado de enfiar um objeto estranho tão brutalmente na garganta de uma criança que a equipe não conseguiu ver sua traquéia enquanto o intubavam, porque estava muito cheio de sangue. 

Dois bebês foram injetados com insulina, com oito meses de diferença, e apenas duas enfermeiras trabalhavam em ambos os turnos. Uma delas era Lucy Letby.

A polícia também examinou as datas dos ataques e concluiu que não foram aleatórios.

Eles disseram que Letby escolheu machucar bebês em dias significativos, como a "data do parto" - o dia em que um bebê prematuro deveria ter nascido - ou o mais especial dos dias em uma unidade neonatal: quando um bebê está prestes a ser levado para casa. 

A Sky News investigou como se desenrolaram os trágicos eventos de um dos supostos ataques de Letby. Veja aqui a reportagem especial do portal.  

"EU SOU MAU"

Em junho de 2018, Letby foi oficialmente declarado suspeito e preso pela primeira vez. 

Ela alegou que a polícia a arrastou para fora de sua casa às 6h de camisola.

Mas as imagens da câmera corporal, divulgadas após sua condenação, mostraram o momento em que a polícia bateu em sua porta às 6h03. Ela sai de casa 11 minutos depois, algemada.

Vestindo um agasalho azul, ela é levada até um carro prateado e colocada no banco de trás, com uma expressão apavorada no rosto.

A promotoria disse que ela mentiu para tentar ganhar a simpatia do júri. 

Após a prisão de Letby, milhares de evidências foram preparadas para seu julgamento. Entre eles, estava um post-it verde encontrado em sua casa no qual estava rabiscado: "Eu não mereço viver. Eu os matei de propósito porque não sou bom o suficiente para cuidar deles". 

Ela ganhou liberdade logo em seguida, pois ainda era apenas declarada suspeita.  Sua prisão final ocorreu em novembro de 2020, quando ela foi formalmente acusada. Ela permanece na prisão desde então.

MOTIVAÇÃO 

A polícia tem lutado para descobrir por que Letby cometeu crimes tão hediondos.

A promotoria alegou que ela tinha uma queda por um médico da unidade e sugeriu que ela machucaria os bebês para que ele corresse para o quarto para ajudar. Ela negou categoricamente que fosse verdade. 

Letby disse ao tribunal que acreditava que os consultores a culpavam, para encobrir as falhas do hospital.

Ela apontou a pressão sob a qual ela e seus colegas estavam trabalhando, a tensão da carga de trabalho e, às vezes, as condições anti-higiênicas nas enfermarias. 

Fonte: Sky News.