GABINETE DE SEGURANÇA
GSI deu detalhes das viagens do presidente Lula para Mauro Cid e ao assessor de Bolsonaro
Dois aliados de Bolsonaro receberam até julho desse ano, detalhes da segurança do presidente do Brasil
A Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do governo do presidente Lula (PT), enviou mensagens dando detalhes da localização de Lula ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, que está preso e é alvo da CPMI do 8 de Janeiro.
- CPMI do 8 de Janeiro: interino do GSI liga Heleno ao ato golpista
- PF acha documento pró-golpe em celular de Mauro Cid
Segundo Guilherme Amado, do Metrópoles, as mensagens foram enviadas para Cid de 6 a 13 de março deste ano.
Os e-mails funcionais de Cid estavam sinalizados como "urgentíssimos" e detalhavam sete viagens de Lula, dentro e fora do país.
Naquela época, Cid e Bolsonaro estavam nos Estados Unidos. O ex-presidente deixou o Brasil ainda em dezembro, para não passar a faixa presidencial a Lula.
O faz-tudo de Bolsonaro recebeu em sua caixa de entrada os detalhes de segurança dos seguintes eventos oficiais de Lula: Pequim e Xangai, na China; Brasília; Foz do Iguaçu (PR); e Boa Vista (RR), que aconteceram em março e abril.
As mensagens que Cid recebeu partiram de três militares que trabalharam no GSI de Bolsonaro: Márcio Alex da Silva, Dione Jefferson Freire e Rogério Dias Souza. Os detalhes estavam na lixeira do e-mail de Cid, que, a exemplo de outros auxiliares de Bolsonaro, não apagou as mensagens definitivamente e deu brecha para que a Polícia Federal e a CPMI acessassem o material.
O tenente Osmar Crivelatti, braço-direito de Mauro Cid e atual assessor de Bolsonaro, recebeu até julho os e-mails do GSI com informações sensíveis sobre as viagens nacionais e internacionais do presidente Lula.
Crivelatti recebeu os e-mails dos três aliados de Cid e de outros quatro militares do GSI: Luciano Santos da Silva, Ricardo Pagy Braga, Jorge Luiz de Magalhães e Alexandre Pires Moraes. O segundo-tenente Luciano Santos da Silva foi o único que não trabalhou no governo Bolsonaro.
O assessor de Bolsonaro recebeu informações até sobre a ida de Lula para Washington, incluindo a relação com os celulares de todas as pessoas que acompanhavam o presidente nos Estados Unidos. Ele também teve acesso ao clipping diário do GSI.
FONTE: METRÓPOLES