OPERAÇÃO VENIRE
PF prende Mauro Cid, vasculha casa de Jair Bolsonaro e têm 15 alvos
São suspeitos de alterar dados da carteira de vacinação para beneficiar o bolsonarismo
A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta 4ª.feira (3.mai.2023), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenentecoronel Mauro Cid, no âmbito da Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos nos cartões de vacinação contra a Covid-19.
Conforme apurado, a PF cumpriu 17 mandados de busca e apreensão, além de 6 de prisão preventiva (4 em Brasília e 2 no Rio), sendo três contra ex-assessores de Jair Bolsonaro. A investigação corre no âmbito do inquérito que apura a atuação de milícias digitais contra o Estado Democrático de Direito, sob condução do ministro do STF Alexandre de Moraes. A suspeita é que cartões de vacinação tenham sido forjados.
Os investigados são:
- o ex-presidente Jair Bolsonaro;
- a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro;
- o ex-ajudante de Ordens Mauro Barbosa Cid;
- A esposa de Mauro Cid, Gabriela Santiago Ribeiro Cid;
- o sargento Luis Marcos dos Reis, ex-integrante da equipe de Mauro Cid;
- o segurança Max Guilherme Machado de Moura;
- o segurança Sergio Rocha Cordeiro;
- o assessor especial Marcelo Costa Câmara;
- o sargento Eduardo Crespo Alves;
- o médico Farley Vinicius Alcântara (da Prefeitura de Duque de Caxias)
- A enfermeira Camila Gonçalves Moraes Barros (da Prefeitura de Duque de Caxias)
- O marido da efermeira Camila, Ailton Gonçalves Moraes Barros (candidato a deputado estadual pelo PL-RJ);
- o secretário de governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha;
- o deputado federal Gutemberg Reis de Oliveira (MDB-RJ);
- o ex-vereador Marcello Moraes Siciliano;
- a servidora Claudia Helena Acosta Rodrigues Da Silva, chefe da Divisão de Informática da Prefeitura de Duque de Caxias; e,
- o empresário de área de informática Marcelo Fernandes de Holanda.
Os agentes também realizaram buscas e apreensões na casa de Bolsonaro no Jardim Botânico, em Brasília. O ex-presidente estava na residência no momento das buscas dos agentes. Ele deve depor ainda nesta 4ª à PF.
Em nota', a corporação informou que as alterações nos cartões se deram de novembro de 2021 a dezembro de 2022 e tiveram como consequência a “alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”. Do fato criminoso surgiu o nome da operação, Venire, que tem relação com o "princípio Venire contra factum proprium", que significa "vir contra seus próprios atos", principio base do Direito Civil e do Direito Internacional, "que veda comportamentos contraditórios de uma pessoa".
Os presos foram indiciados pelos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.