CAUSA HUMANA
Escritório de advocacia e Cufa arrecadam água potável para os Yanomami
Povos indígenas estão bebendo água poluída de mercúrio em razão da poluição do garimpo ilegal
A Central Única das Favelas (Cufa) e o escritório de advocacia Adão Salemaq de Campo Grande (MS), iniciam nesta 2ª.feira (6.fev.23) a véspera do Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, uma campanha de arrecadação de água potável para doação ao povo indígena Yanomani em Roraima.
Conforme a Cufa, as doações serão apenas físicas e podem ser em copos, garrafas ou galões de água potável e devem ser entregues até a 5ª.feira (16.fev.23), na Avenida Aeroporto, 725, bairro Santo Amaro, das 7h30 às 11h e das 13h30 às 17h.
“Precisamos nos unir diante de um cenário tão crítico de fome, desnutrição e morte. Ouvir de uma liderança indígena que os povos Yanomami estão bebendo água poluída de mercúrio nos causa indignação e ao mesmo tempo pressa em ajuda-los. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece que o acesso à água potável é condição para o gozo pleno da vida e dos demais direitos humanos”, argumentou o advogado Adão Salemaq, um dos responsáveis pela campanha.
Escritório de Advocacia Adão Salemaq desde 2005, com unidades em Campo Grande, Anastácio e Dois Irmãos do Buriti, é especialista em causas de direito previdenciário e trabalhista e conta com uma equipe de seis advogados todos especialistas na área. A sede de Salemaq fica no local onde as doações deverão ser entregues.
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A Cufa é uma das entidades brasileiras que se mobilizada para arrecadar alimentos e água para os indígenas Yanomami, que desde 16 de janeiro estão sendo resgatados em situação de desnutrição, malária e fome, devido ao fato de terem sido sitiados por garimpeiros invasores de suas terras.
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O Ministério da Saúde do governo Lula (PT) declarou emergência de saúde pública para combater desassistência de indígenas no território. Mostramos recentemente aqui no MS Notícias que os garimpeiros invasores começaram a fugir das terras Yanomami em razão de o governo federal ter ennviado tropas da Polícia Federal, Exército e Marinha para prender os invasores.
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DIA ESPECIAL
Em 7 de fevereiro é celebrado o Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, estabelecido pela Lei nº 11.696 de 2008.
A data propõe uma reflexão sobre a realidade dos povos nativos, como a luta pelo direito à terra e contra a destruição da natureza, por questões de saúde e educação e pela validação dos conhecimentos culturais e tradicionais.
O 7 de fevereiro foi escolhido em virtude da memória do falecimento de Sepé Tiaraju, líder indígena que comandou os guaranis durante a Guerra Guaranítica, em 1756, travada contra portugueses e espanhóis. O conflito foi decorrente das alterações feitas pelo Tratado de Madri (1750), que impactavam diretamente na vida dos índios, sem que os mesmos tivessem sido consultados a respeito delas. Sepé é conhecido por sua marcante frase defensora dos direitos indígenas “Esta terra tem dono”.
CRISE YANOMAMI
Com um território de quase 100 mil quilômetros quadrados, que abrangem os estados de Roraima e Amazonas, a Terra Indígena Yanomami é a maior reserva indígena do Brasil em extensão territorial e está no centro das discussões políticas e de saúde nacional em razão da grave crise sanitária, com registros de casos de malária e desnutrição severa em adultos e, principalmente, entre crianças. A população é de aproximadamente 30 mil 400 indígenas que vivem em 386 comunidades.
O Ministério da Saúde declarou emergência de saúde pública para combater desassistência de indígenas no território. O governo federal também criou o Comitê de Coordenação Nacional para discutir e adotar medidas em articulação entre os poderes para prestar atendimento a essa população.
SERVIÇO
DOAÇÃO DE ÁGUA – YANOMAMI
Onde: Avenida Aeroporto, 725, Santo Amaro, Campo Grande – MS;
Até quando: 16/02/2023;
Informações: 3364-4077;
Contato com o escritório de Advocacia Adão Salemaq: telefone (67) 3364-4077 e nas redes sociais @adaosalemaqadvocacia.