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RADICAIS DE EXTREMA DIREITA

Mais de mil bolsonaristas voltam para casa com 'tornozeleira eletrônica'

Confira os nomes de quem sai e quem segue preso; 8 são de Mato Grosso do Sul

Radical bolsonarista, Oswaldo Eustáquio chamou pastor para abençoar sua tornozeleira eletrônica, em dezembro de 2020, após blogueiro incitar ruptura democrática. (Foto: Reprodução/Twitter)

Mais da metade dos bolsonaristas presos por atos terroristas em 8 de janeiro contra a sede dos 3 poderes em Brasília (DF), vão responder em liberdade. Dos 2.090 radicais de extrema direita presos pelo ataque, 1.148 foram liberados para responder em liberdade. A lista de soltos traz 8 nomes de residentes ou nascidos em Mato Grosso do Sul. Eis a íntegra.  

Os dados são da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap-DF), da Polícia Federal (PF) e do Supremo Tribunal Federal (STF).  

Segundo a lista, os 8 sul-mato-grossenses bolsonaristas soltos deverão usar tornozeleira eletrônica. A lista de radicais liberados:  

  1. Jeferson Franca da Costa Figueiredo, 29 anos;
  2. Leandro do Nascimento Cavalcante, 42 anos;
  3. Ricardo Moura Chicrala, 33 anos;
  4. Elaine Ferreira Gonçalves, 43 anos;
  5. Madalena Severa do Santos, 45 anos;
  6. Maria Aparecida Barbosa Feitosa, 47 anos;
  7. Valéria Arruda Gil, 30 anos;
  8. Mario José Ott, 59 anos.

Entre o número total de detidos:

A lista atualizada pela última vez às 12h de 22 de janeiro de 2023, indica que 1.028 seguem presos nos complexos penitenciários da Papuda, no caso de homens (656), e da Colméia, para mulheres (372). 

Dos que ainda seguem presos, há 16 homens nascidos ou residentes em MS, presos na Papuda. Eis a lista:  

  1. Alcebiades Ferreira da Silva, nascido em 03.out.1967, de MS;
  2. Alexandre Henrique Kessler, nascido em 19.mai.1972, de MS;
  3. Carlos Rogério Coimbra, nascido em 01.jun.1975, de MS;
  4. Daniel Rodrigues Machado, nascido em 17.jun.1978, de MS;
  5. Diego Eduardo de Assis Medina, nascido em 24.ago.1987, de MS;
  6. Djalma Salvino dos Reis, nascido em 7.jul.1977, de MS;
  7. Eliel Alves, nascido em 14.mai.1978, de MS;
  8. Ilson Cesar Almeida de Oliveira, nascido em 11.dez.1977, de MS;
  9. Ivair Tiago de Almeida, nascido em 21.nov.1975, de MS;
  10. Jairo de Oliveira Costa, nascido em 12.out.1971, de MS;
  11. João Batista Benevides da Rocha, nascido em 02.ago.1962, de MS;
  12. Joci Conegones Pereira, nascido em 15.jun.1971, de MS;
  13. José Paulo Alfonso Barros, nascido em 29.jun.1976, de MS;
  14. Misael da Gloria Santos, nascido em 11.jul.1973, de MS;
  15. Rodrigo Ferro Pakuszewski, nascido em 23.ago.1994, de MS;
  16. Vilson Rogerio Santos Amorim, nascido em 15.abr.1974, de MS.

E também há 8 mulheres nascidas ou residentes em MS que seguem presas na Colméia. Eis a lista:  

  1. Ceila Michelle Pilocelli, nascida em 29.mai.1985, de MS;
  2. Débora Cândida Gimenez, nascida em 26.maio.1971, de MS;
  3. Edna Dias Sales, nascida em 10.abr.1972, de MS;
  4. Franceli Soares da Mota, nascida em 29.jun.1971, de MS;
  5. Marilete Pires Cabreira, nascida em 20.jul.1967, de MS;
  6. Regina Maria Fidelis da Silva, nascida em 09.set.1975, de MS;
  7. Sidneia Xavier Gomes, nascida em 04.out.1970, de MS;
  8. Zilda Aparecida Correia de Paula, nascida em 08.10.1977, de MS.

OS FINANCIADORES

A operação Ulysses, realizada em 16 de janeiro, prendeu 3 financiadores dos atos na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ).

A operação Lesa Pátria, deflagrada na última 6ª.feira (20.jan.2023), cumpriu 8 mandados de prisão preventiva em 5 Estados e no DF. 

DENÚNCIA 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou hoje (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais 54 investigados de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro. Eles estão presos no sistema penitenciário do Distrito Federal.

É a terceira leva de denúncias feitas pelo órgão. O total de denunciados chegou a 98 pessoas.

Nas denúncias, a procuradoria acusa os investigados dos crimes de incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais e de associação criminosa.

O subprocurador Carlos Frederico Santos, chefe da equipe que investiga os atos, explicou que o caso não pode ser tratado juridicamente como terrorismo. Segundo Santos, a Lei 13.260/2016 (Lei Antiterrorismo) definiu que o terrorismo deve ser praticado por razões de xenofobia ou discriminação e preconceito de raça, cor, etnia e religião. 

“Não faz parte dos tipos penais o cometimento de crimes, por mais graves que possam ser, por razões políticas”, disse Santos.

Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu abrir mais três inquéritos solicitados pela PGR para investigar pessoas que participaram ou financiaram os atos. Até o momento, sete inquéritos foram abertos pela Corte.

NOMES DOS CABEÇAS

Em Mato Grosso do Sul, segundo Relatórios enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), os financiadores dos atos antidemocráticos seriam a médica Sirlei Faustino Ratier, a ex-servidora da Câmara Municipal de Campo Grande Juliana Caloso Pontes, o comerciante Julio Augusto Gomes Nunes, o agricultor Germano Francisco Bellan, o ex-prefeito de Costa Rica Waldeli dos Santos Rosa e os pecuaristas Rene Miranda Alves e Renato Nascimento Oliveira, conhecido como Renato Merem, aqui identificados pela Secretaria de Segurança Pública do estado (Sejusp). 

No Acre, relatório de inteligência aponta que dois fazendeiros locais estariam entre os financiadores dos protestos em defesa de uma intervenção militar: Jorge José de Moura, conhecido como “rei da soja”, e Henrique Neto. Danilo Lovisaro do Nascimento, procurador-geral de Justiça do estado, afirmou que STF que tem “certeza de que os atos antidemocráticos estão sendo financiados pelos fazendeiros do agronegócio”.

Em Goiás, de acordo com o Estadão, os empresários Tales Cardoso Machado, dono de uma panificadora, e Pedro Sanches Roja Neto; o ex-vereador de São Miguel do Araguaia Leonardo Rodrigues de Jesus Soares; o corretor e candidato derrotado a prefeito da cidade em 2020 Sandro Lopes (PRTB); e o ruralista Hernani José Alves são citados pela Polícia Civil de Goiás como lideranças dos bloqueios na zona rural de São Miguel do Araguaia, onde uma das rodovias chegou a ser fechada com pneus incendiados.

Em Goianésia (GO), o relatório mostra que caminhoneiros e moradores “que atuam principalmente no agronegócio” mobilizaram os bloqueios, e dois nomes foram apontados pela polícia: Jamil El Hosni e Rafael Luiz Ottoni Peixoto.

No Maranhão, o investigador de polícia Marcelo Thadeu Penha Cardoso e candidato a deputado estadual em 2022 Claudio Rogerio Silva Raposo (PTB) foram apontados pela polícia como responsáveis pelos atos que ocorreram em frente ao quartel do 24º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), em São Luís.

No Paraná, o empresário Valmor Geronimo Ferro foi apontado pela PM como uma das lideranças dos protestos em Curitiba. Ele teria sido responsável por levar água e comida para os manifestantes. Já os empresários José Antonio Rosolen e Robson Leandro Calistro teriam “ascendência sobre as decisões” dos manifestantes em Cianorte.

Em Santa Catarina, a Polícia Civil nomeou ao menos onze lideranças autodeclaradas dos atos, incluindo empresários.

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*Com Estadão.