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ÓRFÃOS DA DITADURA

Operação da PF confirma: Mato Grosso do Sul é um dos centros do golpismo no País

Investigadores caçam líderes e fomentadores dos atos golpistas

Grupelho acampado em frente ao Comando Militar do Oeste em Campo Grande (fundo - foto: Tero Queiroz). Jair Bolsonaro (frente - Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Agencia O Globo)

O cumprimento da promessa feita pelo ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de que não daria folga para quem atentasse contra a democracia e o estado de Direito, está sendo cumprida à risca. E a realidade demonstra que os atentados à democracia têm encontrado espaço privilegiado em algumas regiões basileiras, entre as quais o Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.

Nesta 5ª.feira (15.dez.22), o que Moraes prometeu está sendo cumprido, 72 horas após ter diplomado o presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), eleitos em 30 de outubro: agentes da Polícia Federal, por determinação do TSE, cumpre em sete estados, 81 mandados de busca e apreensão.

Os alvos são militantes radicais do bolsonarismo e grupos de extrema direita que tentam impedir a posse de Lula, reivindicando medidas de força como um golpe militar, o fechamento das instituições, anulação das eleições presidenciais do 2º turno e até retaliações a Alexandre de Moraes e outros ministros do TSE e do Supremo Tribunal feederal (STF). Os mandados foram cumpridos nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Distrito Federal, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, considerados os principais pontos de mobilização e de campanhas golpistas.

Até o final da manhã de hoje (15.dez) não haviam sido divulgados os nomes dos líderes do movimento antidemocrático, que teve como pontos e ações de referência para as suas manifestações o bloqueio de estradas e a vigília em acampamentos montados em frente aos quartéis-generais do Exército. Em território sul-mato-grossense, Campo Grande tem na Avenida Duque de Caxias, no trecho em frente ao QG do Comando Militar do Oeste (CMO), um dos principais pontos de atuação desses grupos.

Além de desobstruir o tráfego e liberar as vias bloqueadas, as operações da PF também caçam os líderes e fomentadores dos atos golpistas e de resistência ao resultado das eleições. Como se sabe, o bolsonarismo elegeu um grande número de parlamentares em vários estados, entre os quais Mato Grosso do Sul, que teve como campeão de votos para deputado federal um dos maiores defensores do belicismo bolsonarista, o advogado Alexandre Pollon (PL), de 41 anos. 

Amigo dos filhos do presidente da República e muito atuante nas redes sociais, Pollon criou e comanda o Pró-Armas, uma organização criada para representar os Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) e dar cobertura ao presidente Jair Bolsonaro. Na disputa das 24 vagas da Assembleia Legislativa, a mais votada foi a deputada estadual reeleita Mara Caseira (PSDB), também apoiadora de Bolsonaro. Na mesma corrente de apoios perfilam outros políticos, como o deputado federal reeleito Luiz Ovando (PP) e o estreante na Câmara Rodolfo Nogueira (PL).

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