ELEIÇÕES 2022
Saiba o plano do PL caso Bolsonaro perda no 1º turno
Campanha do presidente começa a divulgar documento do PL
Caso saia derrotado no 1º turno das eleições daqui a 4 dias, a campanha de Jair Bolsonaro promete começar a repercutir um documento do PL.
A peça detalha a estratégia e a argumentação para contestação dos resultados eleitorais. O documento intitulado ‘Resultados da Auditoria de Conformidade do PL no TSE’ seria visto como um ‘plano B’ pela campanha bolsonarista em caso de derrota no próximo domingo.
O documento alerta para perigos relativos à segurança da informação vividos inclusive por “grandes organizações com alto investimento que frequentemente têm sido alvos de sequestro dos seus sistemas por organizações criminosas”. Na sequência chama a atenção pela demora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em implantar supostas medidas de segurança apontadas pela legenda e que seriam necessárias para fortalecer a segurança ao sistema eleitoral eletrônico. Tal atraso poderia gerar invasões internas ou externas às urnas.
Outro risco, de acordo com o documento, é a “cadeia de fornecedores de serviços de tecnologia do TSE”, que seria composta por ‘terceiros’ em dois terços dos seus quadros. Por conta de uma “precária gestão” desses fornecedores terceiros, haveria um “risco substancial” de vazamento de informações ou invasões de hackers. De acordo com o documento do PL, até os boletins de urna podem ser falsificados no próximo domingo. “Sem uma assinatura eletrônica com certificado digital da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP-Brasil), os documentos gerados pela urna eletrônica não têm garantia da presunção legal de que seu conteúdo é legítimo”, diz o documento.
Para Guilherme Boulos, candidato a deputado federal pelo PSOL-SP e liderança do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), o documento do PL abre caminho para um possível golpe. “Partido de Bolsonaro já prepara documento golpista contra o resultado eleitoral. Eles sabem que vão perder e querem caos. Precisamos liquidar a fatura no 1º turno contra os milicianos que sequestraram o país”, escreveu.
Emitido no último dia 19 de setembro, a campanha de Bolsonaro considera que o documento possa dar um verniz técnico para o não reconhecimento de uma derrota eleitoral. A sigla apontou 24 supostas falhas no sistema eleitoral e diz que graças a sua auditoria foi possível ao TSE tomar medidas de prevenção a erros, fraudes e ataques, mesmo estando atrasadas. O PL ainda afirma que optou pela divulgação do documento após ter pedidos de reunião não atendidos pelo Tribunal.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse em nota nesta 4ª feira (28.set.2022) que os questionamentos à segurança das urnas feitos pelo PL, são mentirosos e claramente buscam “tumultuar o processo eleitoral” e atentam contra o Estado Democrático de Direito.
O ministro Alexandre de Moraes, que preside a Corte, também determinou que o caso seja investigado no inquérito das fake news, que corre no Supremo e tem o magistrado como relator.
“As conclusões do documento intitulado ‘resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE’ são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial à Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”, diz a nota. A íntegra.
A nota foi divulgada no mesmo dia em que o presidente do PL, condenado do mensalão, Valdemar Costa Neto, foi ao TSE para visitar a sala de totalização de votos. Chamado de “sala secreta” por Bolsonaro, o espaço foi apresentado por Moraes a representantes dos partidos. A jornalistas, Valdemar rebateu a ideia de que a sala é secreta. “Não. Não tem mais [sala secreta]. Agora é aberta” , disse.