ELEIÇÕES 2022
Feliciano tenta manipular evangélicos, mas Lula que instituiu a Marcha para Jesus
E também foi Lula quem sancionou a Lei da Liberdade religiosa em dezembro de 2003
O pastor e deputado Marco Feliciano (PL-SP) tem mentido que caso Lula (PT) vença as eleições em 2022, irá, segundo ele, "fechar as igrejas" no Brasil. Além de mentirosa, a alegada medida é inconstitucional por sanção de Lula. Feliciano mente para manipular evangélicos e cooptar os votos desse público para o candidato à presidência do PL, Jair Bolsonaro.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta segunda-feira (15.ago.22) que o partido estuda entrar com representação contra Feliciano após ele admitir ter espalhado a informação.
Foi Lula que sancionou a Lei da Liberdade religiosa em dezembro de 2003. "Sempre respeitou todas as religiões. Então vamos enfrentar esse debate com muita tranquilidade e clareza, mostrando para o povo que eles querem ganhar com mentiras, com medo sobre a população", disse a presidente do PT.
A mais importante manifestação pública evangélica, o Dia Nacional da Marcha para Jesus, foi instituída em 3 de setembro de 2009 justamente pelo candidato Lula. Veja:
Feliciano é pastor bolsonarista na Assembleia de Deus Ministério Catedral do Avivamento e espalhou a fake em entrevista à rádio CBN, onde "alertou" os fiéis de que uma suposta "perseguição" de Lula poderia "culminar no fechamento de igrejas", caso o candidato do PT saia vitorioso em 2022.
"Conversamos sobre o risco de perseguição, que pode culminar no fechamento de igrejas. Tenho que alertar meu rebanho de que há um lobo nos rondando, que quer tragar nossas ovelhas através da enganação e da sutileza. A esmagadora maioria das igrejas está anunciando a seus fiéis: tomemos cuidado", disse ele.
Feliciano é um dos parlamentares que mais tratam o presidente como ídolo, inclusive o chamando de "chefe". O pastor é conhecido por espalhar teorias da conspiração e mentiras, a fim de manipular os fiéis.
"Lula governou esse país por oito anos. Quando fechou uma igreja, perseguiu evangélicos, um pastor?", rebateu Hoffman.
Ela afirmou que o partido está "estudando" acionar Feliciano na Justiça.
"Vamos estudar todas as possibilidades. O que não pode é deixar que a campanha vá para fake news, para mentira, eles não têm o que debater com o povo brasileiro", disse a petista. "Essa não é uma disputa religiosa, tem que deixar isso claro. É disputa política. Você disputa um projeto para o país. Mas obviamente que nesse bojo a gente tem que esclarecer as mentiras e as fake news."
Gleisi não descarta ainda a hipótese de Lula se manifestar pessoalmente contra o que ela chama de fake news veiculadas pelos opositores bolsonaristas.
Apesar de instituir a Marcha, Lula nunca usou o nome de Deus para promoção política. Essa prática é adotada à rigor no governo Bolsonaro, que transforma qualquer ato religioso em palanque político eleitoreiro.