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APÓS 30 ANOS

Vídeo: agora pastor, assassino de Daniella pede perdão à Glória Perez

Ex-ator matou atriz de 22 anos com 18 tesouradas

O casal levou Daniella, ainda desmaiada, para dentro do matagal e lá desferiram várias perfurações (Crédito: Agência O Globo)[/caption]

Condenado pela morte da atriz Daniella Perez [Daniella Ferrante Perez Gazolla], ocorrida em dezembro de 1992, o ex-ator Guilherme de Pádua publicou um vídeo em sua conta de YouTube nesta terça-feira (2.ago.22), em que pede desculpas à mãe de Daniella, a autora de novelas Gloria Perez.

"Não foi isso que imaginei", diz, ao contar que não desejava que o pedido de desculpas fosse feito em vídeo e que em diversos momentos ensaiou contatar advogados das partes envolvidas ou pedir que alguém intermediasse um encontro entre ele e a mãe da vítima. "Mas talvez eu nunca vá ter a possibilidade real de pedir perdão por isso", ele continua. "Eu te peço perdão por todo o sofrimento que te causei", afirma, se dirigindo a Gloria Perez.

Pádua então estende o pedido de desculpas ao marido de Daniella Perez, Raul Gazzola, que teria recebido o ex-ator com um abraço quando ele chegou na delegacia sem que soubesse de seu envolvimento no crime. "Ali vi que era a pior pessoa do mundo. Nunca na minha vida eu senti algo como naquele momento", acrescentou o ex-ator.

Pádua iniciou o vídeo afirmando que, desde o lançamento de "Pacto Brutal", minissérie documental da HBO Max que rememora o assassinato e se tornou um fenômeno de audiência, ele tem sido confrontado quanto à veracidade de seu "sentimento cristão" – o ex-ator se tornou pastor da Igreja Batista da Lagoinha, em sua cidade natal, Belo Horizonte, há cinco anos.

Pádua então prosseguiu introduzindo uma montagem com outros momentos em que teria demonstrado seu desejo de pedir desculpas a Gloria Perez, retirados de entrevistas a veículos de imprensa em anos anteriores.

Pádua não foi entrevistado para a produção da HBO Max. Antes mesmo que alguém questionasse a opção, Gloria Perez e os diretores afirmaram que a versão dele do caso está nos autos do processo e que falar com eles hoje seria dar "palco para psicopata" e revitimizar a vítima.

O ASSASSINADO

Na noite de 28 de dezembro de 1992, o corpo de Daniella Perez foi encontrado num matagal na Barra da Tijuca, perfurado por cerca de 18 punhaladas que, realizadas com uma tesoura, feriram seus pulmões e o coração.

Tanto Guilherme de Pádua quanto Paula Thomaz foram condenados por homicídio qualificado a uma pena de quase 20 anos de prisão, após o júri popular acatar a tese da acusação de que o casal premeditou o crime – ela, por ciúmes do marido; ele, por vingança contra a autora da novela, já que seu papel na trama vinha sendo reduzido. O ator não queria deixar o romance da trama acabar, é o que defende a tese de "Pacto Brutal".

Os dois têm versões diferentes. Paula Thomaz nega que tenha participado. Guilherme de Pádua, que, em depoimentos à polícia, assumira a culpa, depois passou a sustentar a tese de que a sua então mulher, tomada de ciúmes pela relação dos dois parceiros de cena, é quem teria se atracado com Daniella Perez no matagal.

No vídeo postado agora no YouTube, Pádua afirma diversas vezes que é "alguém que cometeu um crime". "Eu não sou uma pessoa normal, é óbvio. Alguém que cometeu um crime tem mil pensamentos que não são comuns", diz.

A polícia chegou até de Pádua por causa de uma testemunha que teria visto o seu carro, com a chapa adulterada, na cena do crime, pouco antes de o corpo da atriz ter sido deixado ali. A Justiça concluiu que o ator e sua mulher armaram uma emboscada contra a vítima. Ambos foram condenados por homicídio qualificado a uma pena de 19 anos de prisão e hoje estão em liberdade.

Assista o vídeo: