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ELEIÇÕES 2022

DATAFOLHA: Lula abre 19 pontos sobre Bolsonaro no 1º turno

47% das intenções de voto no primeiro turno; se seguir nesse ritmo, eleição presidencial será de 1 turno

Lula, vence com larga vantagem nas pesquisas eleitorais. Foto: Divulgação

Nova pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira (23.jun.22) mostra um cenário estável na corrida pela sucessão de Jair Bolsonaro (PL) na eleição de outubro. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 19 pontos de vantagem sobre o presidente, marcando 47% das intenções de voto no primeiro turno. Com esse quadro, Lula pode liquidar as eleições de 2022 ainda no 1º turno.  

Os dez outros candidatos se embolam, empatados tecnicamente, no pelotão dos que têm de 2% para baixo. A contagem regressiva de 100 dias para o pleito começa nesta sexta (24.jun.22). A terceira via segue sem levantar.  

O Datafolha disse que ouviu 2.556 eleitores em 181 cidades nos dias 22 e 23 de junho. A margem de erro da pesquisa, contratada pela Folha e registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 09088/2022, é de dois pontos para mais ou menos. A pesquisa teve um custo total de R$ 473.780,00, pagos pela empresa Empresa Folha da Manha S.A. Eis a íntegra.  

Os pesquisadores do Datafolha foram a campo no mesmo dia em que emergiu a notícia de que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro havia sido preso, na quarta (22.jun.22). 

Aliado por quem Bolsonaro disse colocar "a cara no fogo", ele protagoniza um escândalo de corrupção, cujo combate é um dos pontos do discurso presidencial.

O elemento se somou ao embate entre o Planalto e a Petrobras acerca do reajuste dos preços de combustíveis, que impacta na inflação numa campanha eleitoral marcada pelo debate econômico.

Além disso, o presidente enfrenta desgastes variados, do assassinato de um indigenista e de um repórter na Amazônia aos problemas de sua gestão, que acumula problemas.

Nesse sentido, a oscilação positiva de um ponto percentual da rodada anterior para cá pode ser até comemorada por aliados mais otimistas de Bolsonaro.

Lula fez o caminho inverso, embora só tenha se notabilizado no período pela divulgação de um criticado plano de governo e por ter adicionado tropeços junto ao eleitorado conservador.

Ciro, por sua vez, segue isolado num patamar abaixo do que havia conseguido em suas três tentativas anteriores de chegar à Presidência. Também oscilou, de 7% para 8%. Ele é seguido pelo grupo liderado numericamente pelo deputado André Janones (Avante-MG), com 2%.

Isso é notável também na pesquisa espontânea, quando os entrevistados falam em quem vão votar sem serem estimulados por uma lista.

Nela, Lula marcou 37%, ante 38% há menos de um mês. Já Bolsonaro oscilou de 22% para 25%, enquanto quem não sabe ainda em quem votará ficaram estáveis também (29% para 27%). Ciro marca 3%.

Do ponto de vista de perfil do eleitorado, as tendências se mantiveram. Lula segue soberano no Nordeste, segunda região mais populosa com 27% de quem vai às urnas, onde derrota Bolsonaro por 58% a 19%.

Tem grande vantagem entre os mais jovens (54% a 24%), menos escolarizados (56% a 22%) e, principalmente, entre os mais pobres.

Nesse grupo, de quem ganha até 2 salários mínimos e que compõe 52% da amostra populacional do Datafolha, Lula também vence Bolsonaro por 56% a 22%, evidenciando a falta de alcance eleitoral até aqui de medidas do governo como o Auxílio Brasil.

No segmento evangélico (26% da população), Bolsonaro ampliou um pouco a vantagem e deixou o empate técnico, no limite, com Lula.

Não se sabe qual será o impacto no grupo do escândalo envolvendo Ribeiro, que é pastor, e outros religiosos em falcatruas no MEC. O presidente tem entre eles 40% (eram 39% em maio), ante 35% de Lula (eram 36%)

Bolsonaro vai melhor entre os homens (36%, ante 44% de Lula) e entre aqueles que ganham mais: tem 44% no grupo com renda mensal de 5 a 10 mínimos e 47%, entre os que ganham mais de 10 mínimos. Esses dois segmentos, contudo, somam 11% da população.

O presidente também mantém uma fortaleza no Centro-Oeste, região com 7% da população onde tem 40% de intenções de voto. No populoso Sudeste, lar de 42% dos brasileiros, Lula tem 43% e Bolsonaro, 29%.