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XADREZ POLÍTICO

Incrédulo, Capitão Contar diz que será 'prejudicial' Bolsonaro apoiar Riedel

Bolsonarista, presidente do PRTB em MS, tem divulgado cartazes ao lado do chefe do Executivo nacional

A tag, por hora, reserva-se a 'Capitão cá'. Foto: Redes

A ex-ministra Tereza Cristina (PP) disse em 18 de abril que "é bom estar em um palanque que receba Jair Bolsonaro". Essa fala ocorreu durante uma reunião de cúpula num palanque do PSDB em Campo Grande (MS). Logo depois, no mesmo evento, o pré-candidato ao governo, Eduardo Riedel disse que apoiaria a reeleição de “Bolsonaro” e foi aplaudido por cerca de 71 prefeitos sul-mato-grossenses que estavam ali para declarar apoio ao ex-secretário de Governo. Publicamos aqui no MS Notícias, a íntegra das falas de personalidades políticas nesse evento.  

Passado um mês, já é público o anúncio de que Bolsonaro virá a Mato Grosso do Sul lançar a candidatura do tucano apadrinhado pelo atual governador Reinaldo Azambuja.

Ainda assim, o aliado bolsonarista, presidente do PRTB em MS, deputado estadual Capitão Contar (também pré-candidato ao governo), disse duvidar da improvável aliança, considerando que a medida seria ‘prejudicial’ a campanha: "Não tem por que, Bolsonaro fazer algo que respingue em sua eleição, correndo o risco de se aliar com quem não condiz com suas bandeiras. Antes de fazerem essas especulações infundadas e de tentar colocar Bolsonaro num palanque tucano, deveriam pensar no Presidente, pensar no Brasil. Qualquer ato equivocado coloca em risco uma campanha importante para todos os brasileiros", sustentou o peerretebista.

Capitão Contar foi eleito durante a onda bolsonarista em 2018. Em 2022 seu partido não terá candidatura ao Senado. Ele negou ter conversado sobre apoio à candidatura ao Senado do procurador de Justiça Sérgio Harfouche (Avante). "Chega a ser absurdo o que publicaram. Eu já declarei meu apoio à Tereza Cristina, que foi escolhida por Bolsonaro para esta missão”, rebateu.

Para o peerretebista, as siglas MDB, PSDB e Cidadania devem apostar na terceira via. Nós mostramos ontem (23.mai), aqui no MS Notícias, que o tucano João Doria renunciou a sua pré-candidatura, dando espaço para a ainda instável aposta na senadora Simone Tebet (MDB).

Capitão Contar diz que Riedel estaria se adiantando ao “tentar colar seu nome ao de Bolsonaro”, apesar de esses indícios, na verdade, estarem sendo levados de palanque em palanque pela ex-ministra, Tereza Cristina. 

Igualmente a Riedel, o deputado peeretebista tem divulgado cartazes em que aparece como pré-candidato ao governo ao lado de Bolsonaro. Apesar disso, não há nenhuma sinalização vinda de Brasília sobre tal apoio.

Contar emitiu um alerta dizendo que em 2018 “muitos traíram o presidente”. Para ele, com a proximidade da nova eleição, todos querem novamente pegar carona. Ele completa que um apoio equivocado pode ser prejudicial para a reeleição do bolsonarismo: "Na minha opinião, Bolsonaro não deveria subir no palanque de ninguém no primeiro turno para o Governo em Mato Grosso do Sul. Que ele seja o presidente escolhido pelo PRTB, MDB, PSDB. Enfim, não pediria apoio nem para mim mesmo que sou bolsonarista reconhecido como raiz", prometeu.  

JUSTIFICA-SE  A  ALIANÇA 

A matemática política, porém, não é exata. Apesar de Tereza Cristina ter a 'benção' de Jair Bolsonaro, a aliança com PSDB visa relembrar o eleitor do nome da pré-candidata ao Senado.

Isso porque, ela esteve dois anos em Brasília, retornando apenas em 2022 para MS. Esse distanciamento fez com que outros nomes ganhassem espaço e outros pré-candidatos se apresentassem, colocando em cheque a reeleição da ex-ministra. Muitos aliados tucanos ainda resistem em 'pedir votos para a ex-ministra'.  

Há na mesa ainda, o fato de o eleitorado da ex-ministra estar concentrado no agronegócio. E o débito, de que mesmo ela estando chefiando o Ministério da Agricultura (Mapa), não ter conseguido 'ajudar' os produtores sul-mato-grossenses. Isso ficou escancarado quando ocorreu, em fevereiro de 2022, o veto de Jair Bolsonaro, retirando R$ 122 milhões do Projeto Sul-Fronteira, que previa o asfaltamento fronteiriço em MS. O agro seria o principal beneficiado com os asfaltamentos de mais de 300 quilômetros por onde grãos e gado são escoados.

O corte ocorreu, pois, Bolsonaro precisa apostar todas as suas fichas no “fundão eleitoral” – nos corredores do Planalto, a crença é que se tiver verba o suficiente, Bolsonaro poderá se reeleger. Com isso, apesar de cortar o “Sul-Fronteira”, Bolsonaro manteve intacto os R$ 16,48 bilhões para o orçamento secreto e os R$ 4,96 bilhões para o “fundão”.

A estratégia do jogo político indica que em MS, Bolsonaro já tem 'votos garantidos', por isso, os investimentos deveriam ocorrer em regiões onde ainda não tem votação garantida.  

Diante do exposto, é natural a aliança do PL com o PSDB em MS, visto que as legendas, uma deve aproveitar-se da outra, pelo menos no 1º turno.