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BASTIDORES | POLÍTICA

Arthur Lira escala Temer e apoiador da Ditadura para tentar 'golpe' caso o Lula vença

Entre os 11 integrantes, apenas dois são do campo progressista

MIchel Temer e Jair Bolsonaro durante transição do governo em 2018. Créditos: Fotos: Alan Santos/PR

Em mais uma tentativa de dar continuidade ao golpe de 2016, caso vença Lula (PT) vença as eleições de outubro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) criou um grupo de trabalho para “analisar e debater temas relacionados ao sistema de governo semipresidencialista”. Saiu na Revista Fórum.  

O grupo será coordenado pelo ex-ministro Nelson Jobim e tem em seu conselho consultivo nomes como o do ex-presidente Michel Temer (MDB), artífice do golpe, e o advogado Manoel Gonçalves Ferreira Filho, o Maneco, apoiador de primeira hora da Ditadura Militar, que será o decano da turma.

Em seu livro "A Democracia Possível", de 1972, Maneco fez uma proposta de "constitucionalização do regime militar, que incorporava os atos institucionais", segundo o cientista político e historiador do Direit, Christian Lynch.

"O decano da comissão de Lira é um venerável constitucionalista da linha dura, conservador e militarista. Foi ele que foi retirado de casa para imaginar o novo regime de governabilidade da Era Lira-Bolsonaro: um notório inimigo da Constituição atual", diz Lynch em sequência no tuite.



O grupo será coordenado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) e terá 120 dias, prorrogáveis por igual período, para concluir os trabalhos

Entre os 11 integrantes, apenas dois são do campo progressista e têm o objetivo de barrar a tentativa de golpe: Enrico Misasi (PV-SP) e Alice Portugal (PCdoB-BA).

"CENTRÃO sabe da derrota de Bolsonaro e acena com golpe do parlamentarismo, apelidado de semi presidencialismo. A mudança só pode ocorrer via plebiscito, que já foi feito. Agora @ArthurLira_ chama o expert @MichelTemer para comandarem a quartelada institucional", criticou o deputado Rogério Correia (PT-MG) nas redes.