ELEIÇÕES 2022
Sérgio Murilo diz que Rose não irá para o PODEMOS e sim para o União Brasil
Presidente da sigla reafirma Rose na disputa estadual em 2022
O ex-secretário de estado Governo e Gestão Estratégica de Mato Grosso do Sul, atual presidente do PODEMOS-MS, Sérgio Murilo, afirmou em entrevista ao programa do B de Paula, na rádio Difusora Pantanal nesta quinta (9.dez.21), que saiu do governo em 28 de julho de 2021 para construir a candidatura de Rose Modesto (PSDB), mas que caso ela não tenha condição técnica, ela não se filiará ao PODEMOS para perder nas eleições de 2022.
— Desde [2019] eu dizia: ‘olha gente, eu tenho uma convicção e eu tenho uma intenção. A Rose Modesto virá para o partido e será candidata a governadora desse estado — comentou.
Rose deve disputar a cadeira do Executivo Estadual em 2022, no entanto, para isso, terá que sair do PSDB, que terá Eduardo Riedel como candidato. Sergio Murilo afirma ser o principal entusiasta da campanha de Rose ao estado, apesar disso, o presidente partidário disse estar certo de que só ocorrerá essa ida para o PODEMOS, caso haja condições de vitória.
— Tenho todo interesse, estamos construindo isso. Agora, ela não pode vir para o PODEMOS para perder uma eleição. Nós temos que fazer um projeto vitorioso e se por acaso se ela não puder estar no PODEMOS por uma condição técnica, por uma condição operacional, o PODEMOS estará junto com ela — explicou.
Em entrevista ao MS Notícias, Sérgio Murilo afirmou que Rose disputará a vaga para Governo e deve, então, se filiar ao recém criado União Brasil (junção de PSL e DEM).
— Estamos muito bem, próximos do União Brasil. Pelo menos é o que a Senadora Soraya, que é presidente estadual do União Brasil, tem dito isso na imprensa. Ela já declarou que se tivesse uma oportunidade de abrir mão do projeto pessoal dela, seria com a candidatura da deputada federal Rose Modesto no partido dela. Ora, se o União Brasil tem dois minutos e meio de televisão, o PODEMOS tem 30 segundos, porque eu vou criar dificuldade com a candidatura? — argumentou.
De acordo com a última pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) com nomes de MS, divulgada em 29 de novembro, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) é o favorito na corrida para o Governo de Mato Grosso do Sul nas eleições de 2022 — no levantamento ele lidera com 27,29%, seguido por André Puccinelli (MDB) que tem 20,87% e Zeca do PT que tem 12,69%. Na mesma pesquisa, Rose Modesto (PSDB) aparece com 10,46% das intenções de votos. Aí vem Eduardo Riedel (PSDB) com 2,38%.
Durante a entrevista à rádio, Sérgio Murilo comentou que caso Rose desista de sair na disputa estadual, ela certamente tentará uma vaga no Senado. Na análise dele, a deputada venceria com facilidade em qualquer chapa que integrar para o Senado, no entanto, Murilo diz que Rose teria mais folga na chapa de Marquinhos.
— Ela se elege com o Riedel, ela se elege com o André Puccinelli e ela se elege com o Marquinhos, diante da qualidade e a facilidade de eleição dela. No meu entendimento, como dirigente partidário, eu entendo que a Rose se elege melhor numa chapa do Marcos Trad Filho, depois na chapa do Riedel e por último na chapa do André Puccinelli — analisou.
Essa semana o deputado federal Vander Loubet deu entrevista ao MS Notícias, ocasião em que apostou que os números nas pesquisas vão sofrer fortes impactos dos apoios dos candidatos a presidente. Murilo disse concordar com o petista e apostou que quando Sérgio Moro disser que está apoiando, Rose terá melhor desempenho nas pesquisas. — Corretíssimo o entendimento do Vander. E vou fazer uma confissão para você: eu não acreditava nisso, tanto é que fiz alguns questionamentos com a vinda do Moro para nossa legenda para ser presidente da República, mas depois que o Moro fez o lançamento dele, como candidato a presidente pelo Podemos, o meu Facebook aqui explodiu de solicitação de amizades para seguir o Podemos aqui. Então, esses apoios irão mexer muito nas intenções de votos — estimou.
Questionado se Rose poderia abandonar a disputa estadual e tentar uma vaga no Senado, Murilo disse que ela será candidata para cargo Executivo estadual. — Sim, pelo partido União Brasil, com uma aliança majoritária ao PODEMOS e outros partidos que surgirem — cravou.
PODEMOS E SAÍDA DO GOVERNO
Ao programa de rádio, Sergio Murilo também falou sobre sua saída da secretaria de Reinaldo Azambuja e onde começou a sua ambição pela eleição de Rose Modesto. De acordo com Murilo, em 2019, o PODEMOS estava sem liderança e com dívidas e quando ele assumiu, o cenário começou a mudar.
— Me pediram para tomar conta dum partido, que era um partido que tinha uma bancada enorme do Senado e uma quantidade boa de deputados na nacional. Eram 23 deputados federais na nacional e que era um partido que estava sem controle, sem comando, ou seja: um partido que estava flutuando no Mato Grosso do Sul. Eles pediram para que, com viés diferente do que eles imaginavam... A política está um pouco mais ligada com o poder econômico, também, tanto é que a Legislação Eleitoral impõe isso hoje. Como eles são políticos especializados, são craques nisso, o Reinaldo Azambuja e a Rose Modesto já pensavam isso em 2019. Olha: ‘está muito ruim como está hoje, nós vamos arrumar um plano B — revelou.
Apesar disso, depois de assumir a liderança do partido, Murilo contou que passou a assumir uma postura de presidente de uma sigla.
— Eu não aceitei a posição de simplesmente guardador de cadeira. Eu me senti incomodado com isso e de forma intempestiva, pessoal, eu avancei o sinal e comecei a construir esse partido de forma institucional — declarou.
Autodeclarado “sincericída”, relacionando a palavra a problemas que tem devido a sempre, segundo ele, “ser sincero”, Murilo diz que suas movimentações como presidente ‘encantou’ a liderança nacional do PODEMOS.
— Fui mostrando os resultados e fui encantando a Nacional. A Nacional dizia o seguinte: “escuta, quem que é esse louco desse Sergio Murilo, que está lá no Mato Grosso do Sul e está liquidando algumas contas jurídicas, algumas contas que o partido tinha e ele está conseguindo repactuar, quitar, empurrar para frente ou seja, fazer o jogo comercial como qualquer dívida que você tem — explicou.
O presidente também fez uma espécie de retrospectiva da performance do partido nas eleições 2020.
— O nosso Álvaro Dias foi candidato numa eleição anterior e teve 12 mil votos em Campo Grande e eu arrumei 19 mil votos de filiados numa primeira leva. E fui correndo esse estado, conversando com as pessoas e percebi que o político, o vereador, o prefeito, o ex-prefeito que perdeu, o ex-prefeito que está no banco esperando a oportunidade dele para fazer uma nova disputa, ele sentava comigo e dizia o seguinte: “olha, o partido ‘A’ que tem aí o tradicional da política, combinou comigo e não cumpriu. O partido ‘B’, que tem outro cacicão, bacana, histórico, também combina e não cumpre. Aí eu encontro essa besta aqui na minha frente, chamado ‘Sérgio Murilo’, que a gente percebe que a fala dele tem coerência, o raciocínio dele é correto e o que ele está me propondo eu acho que esse cara vai cumprir. Porque é tão pouco o que ele está me propondo, que eu acho que é melhor eu ficar com esse moço e aceitar a condição desse moço e ficar com ele e tocar a vida para frente. E não aceitar o ‘A’ que já me deu o balão, o ‘B’ que já me deu o balão. E assim foi a minha construção partidária — narrou
Apesar de dizer que Rose era seu plano para governo de MS, Murilo disse que a ‘turma tradicional desacreditou’.
— Logicamente eu como pato novo na política era desacreditado pelos campeões de votos, pelas pessoas tradicionais no comando desse estado, dessa política. A turma de sangue azul, a turma de sangue verde e as pessoas desconsideraram essa minha fala. E essa só se tornou verdade, quando eu sentei com o governador e disse para o governador: onde o senhor me colocou é um local honroso, muito importante, mas eu tenho um projeto pessoal, um projeto que eu falo isso a muito tempo, que é construir a candidatura a governadora desse estado — relembrou.
Ele diz que saiu do governo tranquilamente e destinou elogios a Reinaldo Azambuja, seu futuro adversário nas urnas.
— O governador é uma pessoa sensata. Essa era uma conversa que não era com o governador e sim com o amigo Reinaldo Azambuja, porque o Reinaldo Azambuja eu conheço ele de banco de escola [...]. Saí e tenho me proposto a construir a candidatura da governadora Rose Modesto — argumentou Sérgio Murilo.
Sergio Murilo disse que apenas ele tem afirmado que a deputada é candidata a governadora e que Rose, apesar de não falar sobre até o momento percebe que esse é o caminho em 2022. — Nas conversas que eu tenho próxima com ela, com a deputada, eu percebo que ela está entendendo que a pesquisa a manda ser candidata [...]. Eu estou fortemente concentrado e disposto a derrubar todas as barreiras que ela encontre dificuldade para que ela não tenha a intenção de não ser candidata — finalizou.