RESERVA INDÍGENA DE MS
"Parlaíndio" retrata versão de que fazendeiro atiçou pitbull em criança
A menina de 4 anos está internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional de Dourados
A Organização Não Governamental, Parlamento Indígena do Brasil (Parlaíndio), se retratou por meio de Nota Oficial (abaixo), a respeito das publicações feitas na segunda (8.nov.21), no perfil do Instagram e demais redes sociais deles, em que denunciavam suposto conflito entre fazendeiro e indígenas na Aldeia Panambizinho em Mato Grosso do Sul.
"Após fonte confiável nos relatar o ataque a uma criança indígena por um pitbull, que teria sido solto por um fazendeiro, publicamos a história. No entanto, após, o surgimento, hoje [9.nov], de uma outra versão, o Parlaíndio optou por retirar imediatamente todas as comunicações sobre o ocorrido até que o fato seja completamente esclarecido", disse a ONG, em nota ao Portal.
Após a denúncia, o MS Notícias apurou que, na verdade, o cachorro era da família da criança. Segundo a Conselheira Tutelar Janine Matos, de Dourados, o ataque que ocorreu no sábado (6.nov) foi depois de garotinha tentar abraçar o animal, que pertencia ao tio da pequena e estava amarrado.
A menina de 4 anos está internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional, de Dourados. As informações sobre o quadro de saúde dela estão restritas e até o momento.
Veja o restante da Nota do Parlaíndio abaixo:
Lamentamos o episódio e seguimos buscando a apuração das informações sobre o que de fato aconteceu. Em momento algum, a intenção do Parlaíndio foi a de disseminar fake news e é exatamente por esse motivo que estamos dando um passo atrás, reforçando nosso compromisso com a verdade e transparência dos fatos.
Reforçamos aqui a relevância da luta pelas vidas indígenas, que passam por um momento delicado, de tensão e em meio a um sem número de conflitos. Em outubro, o CIMI divulgou o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2020 (https://cimi.org.br/2021/10/relatorioviolencia2020/).
O documento retrata um ano sofrido para os povos indígenas que, para além da crise sanitária, se viram intensamente perseguidos por garimpeiros, grileiros, madeireiros e demais invasores. Dados como o assassinato de 182 indígenas (61% a mais do que em 2019) e 304 casos de violência praticadas contra a pessoa indígena dão a dimensão do que os povos originários têm passado.