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ACIDENTE AÉREO

Avião de Marília Mendonça "rasgou" fios de alta tensão

Outros pilotos já haviam alertado sobre a dificuldade de pouso devido ao fios

O avião que levava a cantora sertaneja Marília Mendonça caiu na tarde desta sexta-feira (5/11) em Piedade de Caratinga, em Minas (foto: CBMMG/Divulgação )

A Cemig, empresa de energia elétrica de Minas Gerais, disse que a aeronave em que estava a cantora sertaneja Marília Mendonça atingiu o cabo de uma torre de distribuição de alta tensão no município de Caratinga. A rede levava energia para os municípios de Ipanema, Conceição de Ipanema, Taparuba, Pocrane, Mutum e São José do Mantimento, que ficaram e alguns ainda estão estão sob apagão.  

A Companhia ainda informou, às 20h29 desta sexta (5.nov), que o fornecimento de energia foi restabelecido em Conceição de Ipanema e São José do Mantimento. Contudo, cerca de 24 mil clientes ainda estão com o serviço interrompido.

A Cemig informou que o total restabelecimento de energia elétrica está previsto para a noite desta sexta.

Informações preliminares relatadas por pilotos que sobrevoaram a região próximo ao momento do acidente e também de testemunhas são de que o avião "rasgou" fios de alta tensão ligadas a uma torre próximo ao local.

Os órgãos aéreos da região já haviam recebido relatos de outros pilotos antes do acidente, nos meses de setembro e agosto, de que os fios elétricos atrapalhariam o pouso no aeródromo de Caratinga. São relatos denominados de Notam (Notificação Aeronáutica) e que indicam dados sobre riscos e alertam outros pilotos que se dirigem à região sobre perigos para operar no local.

Uma testemunha relatou às autoridades que, após colidir contra os fios, o avião teria perdido um motor. A aeronave tinha dois motores mas, segundo essa testemunha, que também é piloto, a aeronave teria perdido sustentação com a colisão (estolado).

Para confirmar essa ou outros fatores que podem ter contribuído para o acidente, a FAB irá fazer uma perícia nos destroços do avião, ouvir testemunhas das pistas de pouso de onde o avião decolou e do destino, recuperar documentos, dados de inspeções técnicas, de manutenção do avião, além de ver a qualidade do combustível usado na operação.

Em nota, a Aeronáutica informou que "investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA 3), localizado no Rio de Janeiro (RJ), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA)" foram deslocados para o local da tragédia para apurar o acidente.

"Na ação inicial, os investigadores identificam indícios, fotografam cenas, retiram partes da aeronave para análise, ouvem relatos de testemunhas, reúnem documentos, etc. Não existe um tempo previsto para essa atividade ocorrer, dependendo sempre da complexidade da ocorrência", afirmou a FAB.

"O objetivo das investigações realizadas pelo Cenipa é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes", disse a Aeronáutica.

Conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião de Marília Mendonça estava com a documentação em dia e tinha autorização para fazer táxi aéreo.