NACIONAL | PONTE AÉREA "RJ-SP"
Cachorrinho morre após voo e cliente acusa Latam de maus-tratos
Empresa lamentou o ocorrido e informou que "seguiu todos os procedimentos" e ainda, que teria prestado imediato atendimento ao animal, versão, contestada pela tutora
Gabriela Duque Rasseli, de 24 anos, acusa a empresa aérea Latam Airlines de ter causado a morte de um cachorro filhote da raça Golden Retriever, que estava no voo LA 3842 que partiu dia 14/09 de São Paulo com destino ao Rio de Janeiro. "(sic) Meu cachorro chegou no aeroporto do Galeão às 13h53 e só me entregaram ele 15h30, deixaram meu cachorro no calor, quando ele chegou pra mim ele já estava quase morto!!!!! Eu e minha família estamos devastados. Não tem nada que alivie nossos corações. A gente só quer justiça!!!!! Latam precisa ser responsabilizada", escreveu a jovem.
Se confirmada a acusação, o animal teria sido exposto ao calor por mais de 2h30m. O cachorro não teria resistido e morreu horas depois de ser resgatado por sua tutora.
O post da estudante chegou até uma influencer defensora de animais, Luisa Mell. A defensora cobrou a empresa, mas também pediu esclarecimentos de o porque a estudante estaria comprando animais, quando se pode adotar. Além disso, quis saber o porque a estudante estaria trazendo uma animal em fase filhote, sozinho em um voo.
“(sic) Até quando??? Quantos cães e gatos mortos serão necessários para que as companhias aéreas mudem seu protocolo e parem de tratar animais como bagagem? Até qd nossa sociedade irá permitir tal absurdo?! Agora outros pontos que chamam atenção nesta tragédia: 1) a lei está completamente errada, pq cachorro não é bagagem e não devia ser colocado no bagageiro em hipótese nenhuma. 2) criadores mandando cães sem acompanhamento no bagageiro, se era uma viagem RJ/SP deviam ter levado de carro que é mto mais confortável pro cachorro que vai com ar condicionado e tem muito mais espaço q apertado numa caixa de transporte!!! @latamairlines por favor queremos um posicionamento da empresa. Sobre este caso e sobre mudanças necessárias e urgentes!! E para terminar… meu Deus pq alguém tem q comprar um cachorro em outro Estado. Pq n adotam? Desculpem, mas vcs ainda n entenderam que o mundo tem q mudar?”, opinou a defensora de animais Luisa Mell ao publicar o caso, dando de imediato grande repercussão.
A Latam diz em seu site: "Sabemos que seu animal de estimação é muito importante para você, por isso vocês podem viajar juntos na cabine Economy e na maioria de nossas rotas, cumprindo com condições de tamanho e raça que nos permita levá-lo de forma segura na cabine. Por isso, seu cachorro ou gato deve ter: Bom estado de saúde; Um comportamento dócil; Pelo menos 8 semanas de vida, exceto para os Estados Unidos, onde deve ter 4 meses e o animal de estimação deverá viajar dentro de sua bolsa ou caixa de transporte durante todo o voo. Para embarcar com segurança, seu animal de estimação não pode estar sedado e deve cumprir com todos os requisitos de viagem. Se o seu animal de estimação não cumpre com os requisitos para viajar na cabine, você deverá levá-lo no bagageiro do avião", explica a empresa.
Mell postou "histories" cobrando que deputados viabilizem uma lei que proíbe empresas de carregar animais como se fossem bagagens. A influencer também cobrou um posicionamento da Latam.
Horas depois a empresa respondeu. Disse que seguiu todos os procedimentos de aceitação e transporte do pet. Que após notar que o cachorrinho estava com mal-estar, ao ser verificado seu estado no kennel dentro do avião, prestou atendimento imediato. "Olá Luisa, nós da Latam, lamentamos muito o que aconteceu e estamos em contato com a cliente Gabriela desde o desembarque do animal prestando toda assistência necessária, até o momento presente", introduziu a empresa ao responder a influencer.
Gabriela, no entanto, disse que denunciar o caso nas redes foi a opção encontrada após ela tentar diversas vezes contato com a Latam e ter sido bloqueada pelo perfil oficial da empresa de transporte aéreo. Na noite desta segunda, porém, Gabriela disse em um post que finalmente a empresa lhe procurou para abordar a situação.
A empresa, no entanto, contou outra versão à Luisa Mell. De acordo com posicionamento, desde o embarque no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), o cachorro foi acompanhado com os "mais rígidos protocolos de segurança". "Aguardando em ambiente refrigerado até a entrada na aeronave e permanecendo hidratado ao longo do trajeto", ressaltou a Latam.
"Logo após o pouso, ainda dentro do kennel, nossa equipe do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão), identificou que o animal encontrava-se com sinais de mal-estar e, imediatamente, atuou para que ele fosse transportado a uma clínica veterinária em uma van dedicada e em tempo mais rápido do que o padrão para esta operação. Nossa equipe esteve junto com o pet e sua tutora durante todo o atendimento e se manteve disponível via telefone após a internação do pet", completou, indicando que Gabriela havia sido amparada.
A empresa ainda falou sobre as normas de segurança que são seguidas ao prestar serviços de transportes de animais. "Esclarecemos que a Latam obedece às mais restritas normas de segurança para transportes de pets, seguindo procedimentos baseados no Regulamento de Animais Vivos, da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo ou International Air Transport Association) e tendo protocolos ainda mais rígidos do que a portaria 93 do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), garantindo uma execução segura em todas as etapas do processo de transporte", concluiu.
Ainda de acordo com a Latam, os intervalos de entrega e desembarque do animal foram cumpridos.
Procurada, a Latam enviou uma Nota complementar à reportagem. Veja a íntegra abaixo:
Nós da LATAM nos sensibilizamos muito com o que aconteceu e estamos em contato com a cliente Gabriela desde o desembargue do animal. A companhia reitera que a segurança é um valor inegociável, reforçando que se solidariza com a tristeza vivida pela cliente e que fará tudo que está ao seu alcance para oferecer a assistência necessária neste momento.
A empresa esclarece ainda que seguiu todos os procedimentos de aceitação e transporte do pet, que atendem rigorosamente aos regulamentos de autoridades nacionais e internacionais.