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NACIONAL | "DESFILE FLOPADO"

Bolsonaro se diz "chefe supremo", vira piada e não convida Mourão ao desfile de blindados

Mais vexame do que Bolsonaro, só passou um grupo de Bolsonaristas, que foram filmados excitados ao lado de um tanque militar

Pela Esplanada, nesta manhã, passaram 45 veículos militares. - Foto: Reprodução | Web

Jair Bolsonaro (sem partido) protagonizou hoje (10.ago.21) uma das cenas mais bizarras da democracia brasileira. O presidente virou alvo de milhares de piadas na internet após tanques do Exército Brasileiro serem convocados para um desfile ena Praça dos Três Poderes, que o Palácio do Planalto (poder Executivo), o Congresso Nacional (poder Legislativo) e o Supremo Tribunal Federal (poder Judiciário). A intenção era fazer com que o desfile influenciasse na votação da PEC do voto impresso, que pode ser votada hoje no Congresso Nacional.

Nas últimas semanas, Bolsonaro promove uma tensão institucional, em especial com o Judiciário. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, tem sido alvo quase diário do presidente, que o responsabiliza pela provável derrota do voto impresso na Câmara, votação que pode ocorrer nesta terça.

Pela Esplanada, nesta manhã, passaram 45 veículos militares, entre blindados, tanques, jipes e caminhões. Todos da Marinha.

Bolsonaro e seus ministros mais radicais: ministro da Defesa, Braga Netto, 'o homem do Centrão' - Ciro Nogueira (Casa Civil), Milton Ribeiro (Educação), Anderson Torres (Justiça), Gilson Machado (Turismo) e Onyx Lorenzoni (Trabalho) e ainda os três comandantes militares, um ao lado do outro acompanharam o desfile do alto da rampa do Palácio do Planalto. O presidente também chamou o líder do governo, deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), que será ouvido pela CPI da Covid. Barros teria sido citado pelo próprio Bolsonaro numa conversa com o deputado Luis Miranda (DEM-DF) que denunciou haver suspeitas de irregularidades no processo de negociação para compra da vacina Covaxin no Ministério da Saúde.

O ministro Ives Gandra da Silva Martins Filho, do TST e sua irmã, Angela Gandra, então secretaria da Família do ministério de Damares Alves. O ministro Jorge Oliveira, indicado por Bolsonaro para o TCU, também compareceram.

Apesar de todos esses convidados, Bolsonaro não convidou o general Hamilton Mourão, seu vice-presidente. Bolsonaro foi expulso do Exército por transgressão militar, diferente de Mourão, que tem uma carreira militar brilhante e ao longo dos anos a conservou. Fontes internas do Palácio acreditam que Bolsonaro tem inveja de Mourão, por isso não o chama para eventos em que ele possa ficar em evidência.  

Mais vexame do Bolsonaro, só passou um grupo de Bolsonaristas, que foram filmados excitados ao lado de um tanque militar, até oferecendo flores para um dos militares, que não esboçou reação ao episódio. O Poder 360 filmou a situação, veja abaixo: 

PRETEXTO - Na rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro recebeu convite para comparecer a uma Demonstração Operativa em Formosa (GO). Esse convite nunca foi presencial em tempos de domocracia, desde 1988 o evento de formação militar ocorre, mas nunca ocrreu de os tanques irem à cede democratica do país. 

MEDO DA PRISÃO - Jair Bolsonaro está acuado devido ao avanço das investigações da CPI da Covid-19. E pela incompetência administrativa que provoca mortes, fome e desemprego em meio a uma pandemia ainda sem controle no Brasil, essa é análise do senador Omar Aziz. 

"O presidente cria uma encenação, uma coreografia, para mostrar que tem o controle das Forças Armadas e pode fazer o que quiser com o país. É um absurdo inaceitável. Não é um teatro sem consequências, mas um ataque frontal à democracia que precisa ser repudiado", completa o documento. 

Em uma carta, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito ainda avisa. "Não haverá voto impresso, não haverá nenhum tipo de golpe contra a nossa democracia — as instituições, com Congresso à frente, não deixarão que isso aconteça. A democracia tem instrumentos para defender a própria democracia contra arroubos golpistas. Agressões à Constituição não são legítimas. Defender golpe não é aceitável. E defender o fim da democracia precisa ser punido com o rigor da lei. Nós, os democratas, estamos aqui a postos para defender a democracia e o nosso país com os instrumentos que a Constituição nos confere", completa. 

CÃO-VIRA LATA BANGUELA 

O governo americano acredita que as instituições brasileiras são fortes e podem conduzir eleições livres e justas com o sistema eleitoral atual. A afirmação é do assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, que se encontrou com o presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira (5.ago).

As autoridades americanas deram o recado de que estão preocupadas com as ameaças de Bolsonaro ao sistema eleitoral. O tema ocupou boa parte da conversa. As empresas americanas avisaram que ninguém quer ter negócios no Brasil comandado por alguém instável. 

Ele é chamado no exterior de "cão vira-lata banguela" que ladra, mas não morde. 

Bolsonaro tem medo de não ser eleito. Uma estimativa é de que, assim que deixar o poder, deverá responder a crimes diversos que somam mais de 40 anos de prisão, caso seja condenado.