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LANÇAMENTO | MODA

Peças de couro descartadas viram biquínis eco-fashion em editorial de moda

Emilia Leal Arte Nativa é o projeto que alia sustentabilidade de peças reaproveitadas com influências das cores e cultura indígena

Artista desenha peças à mão e conta com crocheteiras de MS para finalização de bordado - (Assessoria/Divulgação)

Radicada em Campo Grande desde 1983, artista desde a época, há cerca de sete anos Emilia Leal convergiu sua arte com o trabalho na moda e, fruto disso, no dia 14 de julho lançará o editorial Verão Eco-Fashion. Online, o evento poderá ser visualizado pelo instagram @emilialealartenativa, às 19h. 

“Esse editorial veio a calhar por dar a oportunidade de transformar o meu trabalho num comércio, já que antes eu vendia minhas peças em feiras e com a pandemia fiquei sem rumo. Agora, vou migrar para o virtual, terei como escoar minhas peças, profissionais vão me acompanhar e minha marca vai chegar a muitos lugares que antes nem sonhava”, comentou a artista.

Emilia Leal Arte Nativa é a marca por traz do editorial, mas antes de compreender o que é um, vale ressaltar que não se trata de um catálogo de peças e fotos. Um editorial de moda pode ser descrito como uma coleção que vende uma história inspiradora de produções, que serve para divulgar tendências de mercado e associar a roupa com uma situação. 

Nesse caso, o "Verão Eco-Fashion" de Emilia Leal Arte Nativa, preza pela sustentabilidade e apresenta

Emilia Leal escolhendo retalhos de couro

biquínis que são produzidos a partir da sobra de resíduos industriais de couro tratado. Essas sobras seriam descartadas e, agora, recebem estampas exclusivas, inspiradas nas iconografias indígenas, pintadas à mão pela artista criadora da marca. Não só nas estampas, quem levar mais de duas produções levam para casa artesanatos indígenas sul-mato-grossenses adquiridos e repassados pela artista. 

Encarregada das artes, Leal conta ainda com a parceria de artesãs campo-grandenses para fazer o acabamento em crochê das peças.  “Fui pesquisando até encontrar as crocheteiras profissionais de Mato Grosso do Sul, que vendem seus produtos na Praça dos Imigrantes, no Centro da Capital. Com os indígenas, eu tenho contato desde a infância com a etnia Wajãpi, nasci em Macapá (AP) e tenho ascendência ribeirinha, fui beber nas fontes das minhas raízes. Também sou ativista da causa indígena e minhas pinturas são baseadas em sua iconografia, então mantenho essa parceria com eles para pagar e divulgar seus trabalhos”, pontua

Assim, cada peça da marca é única, e agrega seu valor artístico ao consumo sustentável. “Temos que adquirir produtos com consciência. O momento é de reaproveitar, reciclar, deve haver essa informação no consumo”, considera a artista.

ARTE NATIVA

Essa marca, desenvolvida pela artista macapaense, começou de um convite que Emilia recebeu para participar do coletivo Obá, em Campo Grande. Nessa época produzia acessórios, como brincos e colares, sendo que, os biquínis surgiram com o tempo e logo se tornaram sua paixão.

A artista conta que gosta muito dos modelos de Lenny Niemeyer, "uma das mais famosas estilistas de biquíni do Brasil. Me inspiro nela em tudo, até no modo de como vender meus produtos”, e aponta que o design dos biquínis é inspirado nas peças de banho dos anos 1970.

Dia 14 de julho acontece o lançamento desse editorial, através do Instagram, às 19h, sendo que os produtos da artista podem ser adquiridos pelo site www.emilialeal.com.

“Temos que libertar o meio ambiente dessa tonelada de lixo que produzimos atualmente, gosto de saber que assim estou fazendo alguma coisa pelo planeta”, finaliza ela.