#LUTO | ARTISTA
Referência das artes cênicas em MS, Jair Damasceno morre após luta contra o câncer
Ele veio para MS em 1966 e foi um dos precursores das artes cênicas no Estado
Reportagem - *First Person | (Primeira Pessoa)
Referência das artes cênicas, o ator, diretor, bailarino, coreógrafo, dramaturgo, professor e pesquisador Jair Balieiro Damasceno, morreu hoje (3. maio) no Hospital do Câncer Alfredo Abrão, em Campo Grande. “Não vou colocar a idade dele nesta reportagem pois bem lembrava Jair, o que importa é quantos anos você se dedicou ao que ama e Jair dedicou-se exatamente 48 anos a vida artística em MS e celebrou tal feito no ano 2019”, ao estrear seu último trabalho.
Jair lutou durante mais de um ano contra um câncer e havia sido internado há 5 dias após ter fortes dores em decorrência da doença. Hoje às 13h, no entanto, MS perdeu uma de suas grandes estrelas.
Reconhecido como um dos principais artistas sul-mato-grossenses, ele nasceu em Tefé no Amazonas, onde reconheceu seu amor pelas artes. “Um artista se reconhece enquanto artista, aceita a condição de que nada mais faz seu coração disparar e decide então, viver e trilhar a história prazerosa do fazer arte”, disse Jair quando o conheci em 2014. Porém foi em MS que dedicou-se profundamente a vida artística.
Ele veio para MS em 1966 e foi um dos precursores das artes cênicas no Estado. Jair também foi o primeiro bailarino de Campo Grande a se apresentar-se em um performace nu na peça “Sangue Eletrônico”, do texto de Luís Fernando Veríssimo, encenado pelo grupo Alma de Circo, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) na Capital.
Graduado em pedagogia e pós-graduado em administração de recursos humanos, Jair atuou e elaborou diversas performances, experimentos cênicos, espetáculos e estabeleceu o Laboratório de Criação e Expressão Cênica Jair Damasceno.
O seu último trabalho foi a peça “Ensaio sobre a Lua”, que estreou em 12 e 13 de outubro de 2019 no teatro Circo do Mato. Na ocasião, Jair celebrou 48 anos de atuação como artista brasileiro.
Nos últimos dois anos, devido à pandemia e ao câncer, Jair se reservou a cuidar da saúde, por isso não estreou um novo espetáculo que já estava em seus planos. Nos últimos trabalhos, Jair fez pesquisas com iluminação alternativa no teatro, apenas com o uso de lanternas.
O sepultamento de Jair será nesta sexta-feira, 4 de junho, às 10h30 no cemitério Park Monte das Oliveiras, na Avenida Guaicurus, próximo ao Museu José Antônio Pereira. A família pede que os amigos evitem causar aglomerações em decorrência da pandemia de Covid-19.
"Meu amigo, grande artista e impressionante ser humano. Esse sempre será Jair Damasceno, aquele que me mostrou um caminho a seguir, me deu oportunidade de sorrir ao seu lado e me deu mais que isso, o prazer inenarrável de um abraço carinhoso de verdade. Agradeço a Jair pela arte que me deu, agradeço pela última mensagem que me transferiu dizendo que estava bem, a fim de acalmar meu coração. Hoje, porém, nada pode me acalmar, mas posso amanhã me sentir privilegiado de ter estado ao seu lado como artista e principalmente, como amigo, amizade de natureza particular, com uma sinceridade ímpar. Te amo cara, acho que você já sabia, mas quero declarar nessa matéria que escrevo, para que fique registrado além da infinitude, o carinho que sempre vou ter por você".