VISTA PRESIDENCIAL
Bolsonaro vem à MS, próximo a fazenda de Tereza Cristina, negociada com Joesley e Wesley Batista
Presidente deve se instalar em fazenda da ministra da Agricultura, negociada com os irmãos da J&F
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) virá em comitiva com a ministra da Agricultura Tereza Cristina à Terenos e Dois Irmãos do Buriti (MS) no dia 14 de maio. Na 1ª cidade a ministra travou uma guerra judicial para não perder a área para os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, com que a ministra matinha relações comerciais e promoveu uma quebra de contrato, ficando devendo R$ 6,2 milhões aos empresários, mas o fazendeiro Rodolfo Schlatter, bondosamente quitou a dívida.
O valor total da dívida da ministra com a JBS era de R$ 8,5 milhões. Mas, depois de passar quase 5 anos correndo atrás da ministra para receber o pagamento, a empresa aceitou receber apenas os R$ 6,2 milhões, um generoso desconto de mais de 25%.
Segundo fontes, a agenda do presidente é com agricultores nas localidades. Ele deve ficar instalado na fazenda da ministra.
O avô da ministra da Agricultura, Tereza Cristina Corrêa da Costa, foi governador do Mato Grosso na primeira metade dos anos 1950. Durante sua gestão, Fernando Corrêa da Costa entregou terras públicas para empresas privadas, gerando uma disputa judicial que se arrastou no Supremo Tribunal Federal (STF) até 2013.
Tereza Cristina foi citada na delação dos executivos da JBS pelo recebimento R$ 133 mil para campanha ao cargo de Deputada no ano de 2014. A parlamentar é proprietária do Confinamento Santa Cristina na Fazenda Santa Eliza, que foi utilizada pelo Grupo JBS para confinamento de gado no município de Terenos, ocasião em que gerou a dívida.
A deputada é acusada por outros representantes do agronegócio de trabalhar em prol da empresa ao acatar parecer para anistiar dívidas do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) usando créditos fiscais originários das operações de exportação para quitar seus débitos.
Durante a campanha, Cristina declarou apoio a Bolsonaro. À época o Bolsonaro que vendia a pecha de “Anticorrupção” retrucou ao ser perguntado se a parlamentar não destoava de seu discurso. “Também sou réu no Supremo, e daí? Tenho que renunciar ao meu mandato? Ela já foi julgada? Eu desconheço. Ela já foi julgada? Apenas um processo foi apresentado? Como eu já fui representado umas trinta vezes na Câmara, não colou nenhum. Afinal de contas sou um ser humano, posso errar. Ela goza de toda nossa confiança”, rebateu à época.
Hoje o ‘anticorrupção’ já não ‘cola’ para Bolsonaro, pois se tornou aliado do Centrão, onde há a maioria dos investigados em casos de corrupção. Além disso, o eleitorado entende que quando Bolsonaro extinguiu a Operação Lava Jato e perdeu o ministro Sergio Moro (justiça), sua gestão mergulhou nas trocas de favores, que só aumentam à luz do ‘tratoraço’, esquema em que um orçamento paralelo da gestão bolsonarista pagou mais de R$ 3 bilhões á parlamentares.