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CULTURA

Durante primeiro mês de lives diretor se surpreendeu com histórias e capacidade de ouvir

Projeto Teatro Brasileiro Fora do Eixo começou no início de janeiro e continua durante todo o mês de fevereiro às terças e quintas-feiras

Breno Moroni atuando em filme sobre a ditadura. - Reprodução/Divulgação

Recheados de histórias interessantes e encantadoras, os bate-papos do projeto Teatro Brasileiro Fora do Eixo têm surpreendido o idealizador e entrevistador Fernando Lopes, diretor da Cia Teatro do Mundo. Foram 7 conversas com artistas do teatro campo-grandense durante o mês de janeiro e ele tem boas lembranças de cada uma.

“Cada pessoa é um universo inteiro, então dizer que as conversas foram uma surpresa é redundante”, afirma ele. Todas as conversas estão gravadas e podem ser assistidas pelo Instagram da Cia: @ciateatrodomundo. “Lidar com os artistas como estou fazendo é uma oportunidade de me reencontrar enquanto artista na cidade onde vivo, é um presente que estou me dando e também para aqueles que se interessam por nosso teatro. Os próprios artistas têm gostado muito dessas lives. É um encontro festivo, um exercício de escuta, conhecer a história de vida dos nossos colegas melhora a comunicação e a respeitabilidade entre nós”, reflete.

Nas conversas já ouviu de quase tudo, mas o que é unanimidade é o amor pela profissão. De forma espontânea, todos os artistas – Beto Figueiredo, Espedito Di Montebranco, Fernanda Kunzler, Anderson Lima, Luciana Kreutzer, Fernando Cruz e Andrea Freire – se citaram no bate papo, são companheiros, fazem parte de uma mesma jornada e quase todos trabalharam juntos em algum momento.

“Foi bastante interessante isso, saber que todo mundo trabalhou com todo mundo, pelo menos dos que fazem teatro há bastante tempo aqui. Isso dá legitimidade para a história”, pontua Fernando. “São trajetórias diferentes, mas todas se encontram no amor que têm pela profissão. Não foi uma escolha fazer teatro, eles fazem por uma necessidade da alma”, completa.

CONTINUIDADE 

E para continuar o deleite das histórias do teatro campo-grandense, o projeto continua nesse mês de fevereiro com mais 8 entrevistas, sempre as terças e quintas-feiras, às 19 horas pelo Instagram da cia Teatro do Mundo. Quem não conseguir assistir ao vivo, é só acompanhar o IGTV da Cia, onde estão salvos todos os vídeos.

Os primeiros a serem entrevistados nessa semana são Lu Bigatão, nessa terça-feira (2), e Breno Moroni, na quinta-feira (4). Ambos têm um extenso currículo: Bigatão se dedica ao teatro há 40 anos, com mais de 50 peças montadas, tendo escrito, dirigido e produzido espetáculos adultos e infantis. Breno começou no teatro há mais de 50 anos, tendo atuado, dirigido e escrito peças. Também tem uma sólida carreira no cinema e atuou em diversas novelas de sucesso do país.

“É muito importante rememorar essa história, eu mesmo ouvindo fui lembrando da luta, do movimento. Fortalece a classe, cria uma memória, temos muito pouca coisa registrada disso, o que acaba deixando a história fragmentada”, acredita Bigatão.

Já Breno enxerga as conversas online como uma forma de luta nos tempos atuais. “A situação pandêmica no Brasil é muito ruim, agravada pela questão governamental, principalmente na esfera federal. O online surgiu para aliviar um pouco e hoje está sendo a única forma de lutarmos efetivamente, já que não podemos ir para as ruas. Acabei me adaptando e vendo o lado positivo disso”, conclui.

CIA TEATRO DO MUNDO 

A Cia Teatro do Mundo é um coletivo de artistas, que surge em meio ao caótico ano de 2020 e tem como principal objetivo usar o teatro como ferramenta de pesquisa e trabalho, com o intuito de colaborar por um mundo melhor. 

O grupo é formado por Fernando Lopes, Begét de Lucena, Helena Soares e Douglas Moreira e já fez várias apresentações de espetáculos infantis em formato drive in, no estacionamento de um shopping da Capital. Também circulou pelo interior do Estado.