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CORONAVÍRUS

"Reter produtos para o fim de especulação", é o crime de homem preso com 33 cilindros de oxigênio

Empresário acreditava que a população iria invadir sua empresa para levar, por isso decidiu retirar do local

Proprietário de empresa que escondeu cilindros em Manaus vai responder por 'reter produtos para fim de especulação' - Carlos Soares|Erlon Rodrigues|Alailson Santos

“Reter produtos para o fim de especulação”, é o crime cometido pelo empresário pego pela polícia de Manaus escondendo 38 cilíndros de oxigênio. A polícia do Amazonas apreendeu a carga que estava em um caminhão na tarde de 5ª-feira, (14.jan.21), em Manaus.

De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), o material foi encaminhado, sob escolta, para quatro unidades hospitalares da rede estadual: Hospital Beneficente Português, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) e os Serviços de Pronto-Atendimento (SPA)de  São Raimundo e de Coroado.

Ainda conforme a SSP, a polícia chegou ao suspeito devido a denúncia anônima. A capital amazonense está em grave crise sanitária, com escassez de oxigênio para atender à demanda do sistema de saúde, que enfrenta alta de internações por covid-19. As pessoas chegaram a morrer asfixiadas pela falta de oxigênio.

Dos 33 cilindros apreendidos, 26 estavam carregados com oxigênio. Eles teriam sido envasados na 4ª-feira, (13.jan.21).

O proprietário alegou eue temia que a população invadisse o estabelecimento e, por isso, decidiu retirar os cilindros do local. Até o momento, não há, contudo, qualquer relato desse tipo de violência na cidade, em que há mobilizações de familiares de pacientes, de profissionais de saúde e da população em geral para comprar os equipamentos e pedir doações. 

A demanda por oxigênio na região quintuplicou na última quinzena. As taxas da doença no Amazonas têm crescido rapidamente nas últimas semanas. O Amazonas tem 223.360 casos e 5.930 óbitos confirmados do novo coronavírus até ontem, 14, de acordo com o governo estadual. As internações por covid-19 no Estado duplicaram em menos de quinze dias, subindo de 128 novos internados em 31 de dezembro, para 258 em 14 de janeiro.