HUMILHAÇÃO | ENTREVISTA
Vídeo: 2º tenente fez comerciante revirar lixo e também agrediu produtora cultural
Servidora vive a base de remédios e comerciante não vê paz dizendo ser perseguido pela guarnição
Após o MS Notícias fazer a divulgação do vídeo de agressão feita contra uma mulher de 44 anos algemada dentro de um quartel da Polícia Militar em Bonito, no interior de Mato Grosso do Sul, em 26 de setembro desse ano, o baú das agressões feitas pelo 2º Tenente da Polícia Militar de Bodoquena, André Luiz Leonel Andrea, foi aberto ao país.
O MS Notícias trouxe a público o vídeo que apenas evidenciou a violência contra uma mulher algemada, porém, o histórico de agressões feitas por Leonel perpassa manipulação de boletins de ocorrências, perseguição à comerciantes e até mesmo violência praticada em uma das maiores festas realizadas em Bonito, o Festival de Inverno.
Após agressões feitas por Leonel, a produtora cultural e servidora da Fundação de Cultura revela o trauma deixado pelas ações de 5 PMs de Bonito, dentre eles, Leonel.
A mulher negra, hoje com 40 anos, que foi agredida por Leonel, em conversa com a reportagem citou o que as agressões lhe causam. Ela pediu para não ter o nome citado. A servidora disse que sua família e ela são afetados até hoje com a situação. “Meus pais não conseguem nem ver o vídeo das agressões”, disse ela, ao explicar o porquê não quer que o material seja divulgado. E traduziu. “Eu vivo a base de remédios até hoje”, contou à reportagem por telefone.
A situação traumática vivida por ela ocorreu em 25 de julho de 2019. Ocasião em que cinco policiais militares de Bonito agrediram a produtora cultural e servidora da Fundação de cultura e seu assistente de 32 anos. As agressões ocorreram após a detenção ilegal da servidora que àquela época disse ter sofrido agressões por parte dos PMs, entre eles, o Leonel. A servidora pública foi levada algemada, contrariando a legislação, que diz que o cidadão só pode ser algemado se apresentar risco contra a própria vida ou aos policiais.
A servidora lembra que ao serem levados à delegacia ela foi tratada com violência, já o seu assistente, branco, os PMs tratavam de forma diferente. “Ele estava comigo e eles não algemaram ele, pediam documento, já em mim agrediam e não queriam nem me ouvir”, disse a produtora.
Ela também relatou que disse aos policiais que seu assistente era seu irmão, por ele ser branco, os policiais tiraram sarro dela.
Ela não quer divulgar o vídeo mas diz que acredita na Justiça e que torce para que os militares paguem à Justiça.
COMERCIANTE PERSEGUIDO
Um comerciante de Bodoquena entrou em contato com MS Notícias e disse ser perseguido por Leonel e sua Guarnição, em umas das ocasiões em que foi humilhado por Leonel o homem teve que revirar o lixo em frente à sua conveniência sendo preso logo depois. Conforme o boletim de ocorrência, a guarnição disse que o comerciante teria vendido bebida para um jovem menor. O comerciante porém, disse que a menor estava sentada a mesa com a mãe e que, não teria vendido bebida para a jovem.
O comerciante também revelou que em Bodoquena, Leonel é conhecido como o “menino do fuzil”, pois gosta de passear pela cidade com fuzil, intimidando as pessoas. Veja o vídeo do momento em que o comerciante é obrigado a revirar o lixo: