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ELEIÇÕES 2020

Campo Grande é a única Capital no Centro-Oeste que não terá 2º turno

Nas outras duas capitais, o cenário apresenta candidato internado e históricos escandalosos de suspeita de corrupção

Marquinhos Trad (PSD), prefeito reeleito em Campo Grande (MS) - Reprodução

O candidato Marquinhos Trad (PSD) que obteve 52,58% dos votos e foi reeleito em primeiro turno para a prefeitura de Campo Grande (MS) nas eleições 2020, ocorrido ontem, domingo (15.nov) é o único candidato das capitais do Centro-Oeste que resolveu tudo no 1º turno, lembrando que o Distrito Federal não tem eleições municipais.  

Na Capital do estado vizinho Cuiabá (MT) o atual prefeito, Emanuel Pinheiro (MDB), vai disputar o 2º turno com Abílio Júnior (Podemos).

Abílio Júnior (Podemos) e Emanuel Pinheiro (MDB) são candidatos à prefeitura de Cuiabá. Imagem: Reprodução/Facebook/Arte-UOL

Emanuel – Por extensa coligação Emanuel conseguiu o dobro de tempo de campanha na TV em relação ao segundo candidato com mais tempo, Roberto França (Patriota), que não conseguiu votos suficientes para passar ao segundo turno. Antes de ser prefeito, Emanuel Pinheiro, de 55 anos, já foi deputado estadual do Mato Grosso entre 1995 e 2003 e entre 2011 e 2017. Ficou conhecido nacionalmente após a divulgação de vídeo exibido no Jornal Nacional em 2017, em que recebe o dinheiro de suposta propina e guarda no paletó. Ele foi denunciado por participar de esquema conhecido como mensalinho na época em que era deputado. Apesar disso, a "CPI do Paletó" teve relatório final derrubado por vereadores governistas e a comissão acabou paralisada. Por isso, não houve impeditivo para sua candidatura este ano.

Emanuel foi contra seu partido e articulou candidatura do seu filho Emanuelzinho (PTB) à prefeitura de Várzea Grande, segunda cidade mais populosa do estado, atrás apenas da capital. Pinheiro é filho do ex-deputado federal Emanuel Pinheiro da Silva Primo.

Abílio –  Com tempo curto de TV, Abílio Júnior, de 36 anos, foi vereador da cidade eleito em 2016. É ligado à igreja evangélica e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Este candidato havia sido cassado em março deste ano por quebra de decoro parlamentar, decisão que o tornaria inelegível por oito anos, foi autuado por coação de servidores, invasão de privacidade, desacato e gravação ilegal. Abílio teria cometido abuso de autoridade ao invadir a Secretaria Municipal da Mulher e gravado vídeo exigindo informações aos servidores. Entretanto, a cassação foi anulada em maio por irregularidades na tramitação do processo e ele retornou ao cargo.

Em Goiânia (GO) Maguito Vilela (MDB) e Vanderlan Cardoso (PSD) vão disputar o 2° turno.

 Maguito Vilela (MDB) e Vanderlan Cardoso (PSD) disputam a prefeitura de Goiânia. Reprodução/Facebook/Arte-UOL

O cenário chegou a ser de empate nas estimativas anteriores às eleições goianas. O que ocorre aqui, um dos candidatos está internado, em estado grave, devido a covid-19.

O atual prefeito vai deixar a vida pública, Iris Rezende (MDB), de 77 anos, e não apoiou nenhum dos concorrentes, bem como não quis saber de reeleição.

Maguito (PSD) – este é o candidato que está internado em decorrência de complicações causadas pela covid-19. Ele descobriu estar com o vírus no início de novembro, quando foi levado à São Paulo e apresentou piora do quadro ontem, domingo (15.nov). O vice de Maguito, o vereador Rogério Cruz (Republicanos), que também está infectado pelo vírus. 

Vanderlan – É senador pelo estado de Goiás e empresário. Aos 58 anos já foi prefeito em Senador Canedo (interior goiano, entre 2005 e 2010. É uma das figuras mais ricas entre os candidatos, liderando a lista apresentada em 2020, possuiu total de R$ 14 milhões, mais de cinco vezes o patrimônio declarado por Maguito (R$ 2,7 milhões).

O futuro prefeito de Goiânia vai governar para mais de 1,5 milhão de pessoas em uma cidade que tem o 14º maior PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. Os principais desafios que um dos dois enfrentará serão com relação à saúde e ao transporte público.