ECONOMIA
PIX é apenas o começo dos pagamentos digitais no Brasil
Ativistas e estudiosos têm desenvolvido respostas a esse problema
O projeto PIX de digitalização de pagamentos no Brasil vem sendo promovida por meio de campanhas e já gerou o cadastro de um milhão de chaves de uso no começo de outubro. O PIX é uma das medidas do Banco Central para aumentar a competitividade e a transparência dos serviços bancários, com ajuda de meios digitais.
Essa descentralização bancária e a busca pela eficiência vem no momento em que os criptoativos e os serviços financeiros digitais ganham evidência mundial.
Entre as moedas virtuais mais famosas do mundo estão a criptomoeda Ethereum (ETH) e o Bitcoin (BTC), que podem ser compradas por meio de corretoras digitais e servir como meios de pagamento. Porém, nem todo mundo entende o desafio e o imenso potencial trazido por essas criptomoedas, criadas logo após a crise de 2008.
A QUESTÃO DA POLÍTICA
Concentração de poder e parcialidade nas tomadas de decisões de governo podem repercutir e prejudicar um país inteiro. Em resposta a esse problema, a tentativa de esvaziamento do poder do Banco Central sobre o dinheiro da população move muitos ativistas dos criptoativos.
Afinal, em última instância, são os BCs que podem autorizar alívios financeiros de empresas “grandes demais para quebrar” e “amigos do rei” utilizando dinheiro guardado em bancos, mesmo contra a vontade dos correntistas – e tudo isso dentro da legalidade.
Ativistas e estudiosos têm desenvolvido respostas a esse problema. O Ethereum (ETH), por exemplo, é um criptoativo que pretende ser mais do que um meio de pagamento digital. Trata- se de uma plataforma financeira criada para promover uma descentralização radical.
Esse ativo foi criado em 2015 para criar um ecossistema financeiro totalmente independente de mediadores. As transações são digitais e feitas entre as partes em acordo, e a plataforma pode ser usada para criar novas moedas – sem o aval ou controle dos BCs.
CORRIDA TECNOLÓGICA
A China é um grande “laboratório” mundial das tecnologias digitais financeiras. Além de contar com uma série de empresas que já são referência mundial em inovação de pagamentos, como o WeChat Pay e o Alipay, os orientais inovaram ao criar uma moeda digital nacional.
O iuan digital vem sendo elaborado desde 2014 e ainda está em fase de testes, sendo distribuídas carteiras de modo limitado. Porém, essa inovação pode ser mais amplamente usada no futuro, eventualmente “furando” a hegemonia do dólar como meio de pagamento e reserva de valor mundial.
Os Estados Unidos também reúnem muitas iniciativas inovadoras tecnologias financeiras, e também não quer ficar para trás quando o assunto é ganhar tração bancária no mundo digital: recentemente, o presidente do Banco Central dos EUA anunciou a intenção de criar um criptoativo lastreado no dólar, apelidado Fedcoin.
Mas a adesão a moedas digitais não motiva apenas um cabo de guerra de poder bancário e de comércio entre potências globais. Países de vários portes podem se beneficiar de novidades do gênero.
A eficiência dos Estados em arrecadar impostos aumenta com elas. Cada transferência executada poderá ser processada e registrada de maneira transparente para evitar fraudes e evasões.
Além disso, o monitoramento e controle do câmbio será mais preciso. Essas duas inovações facilitam a atuação da gestão pública, mas provoca receios quanto à capacidade do controle estatal sobre a tomada de decisão dos indivíduos. Como a maior parte das questões desse tipo, não existe uma resposta fácil para essa.