ELEIÇÕES AMERICANAS
Rei das fake news: Trump mente aos americanos que já venceu eleição
Na eminência da derrota, magnata americano adota o discurso do mal perdedor; na verdade seu adversário Joe Biden está na frente
Em pronunciamento na madrugada desta 4ª-feira (4.nov.2020), o mal perdedor, presidente Donald Trump afirmou que, por direito, ganhou a eleição e irá recorrer à Suprema Corte para parar a contagem de votos e impedir uma "fraude". Ele fez a afirmação mesmo estando atrás de Joe Biden nas projeções de delegados no colégio eleitoral.
O presidente fez um discurso em que foi escalando o tom. Primeiro, comemorou a vitória em estados como Flórida, Ohio e Texas, onde as projeções já mostram que o republicano venceu.
Depois, disse que ganhou na Geórgia e na Carolina do Norte, onde os resultados ainda não haviam sido confirmados, e disse que estava ganhando na Pensilvânia, estado que deve decidir a eleição, mas onde os votos por correspondência podem ser contados até o fim da semana.
Por fim, alegou que havia vencido —ainda que a apuração não tenha sido finalizada.
Pouco antes das 3h, seu rival Joe Biden havia feito um pronunciamento em que disse que estava no caminho da vitória e que era preciso esperar a contagem de todos os votos. Ao mesmo tempo, Trump afirmou no Twitter que estavam "tentando roubar" a eleição, referindo-se, aparentemente, aos votos postais que, segundo a legislação de vários estados, serão contados mesmo se chegarem às autoridades eleitorais estaduais depois de 3 de novembro, quando a eleição foi encerrada.
Trump tem repetido, sem apresentar provas, que o aumento na votação pelo correio levará a um aumento na fraude, embora especialistas em eleições afirmem que fraudes sejam raras e que a votação pelo correio é algo comum há tempos nas eleições nos Estados Unidos.
Como prometido pelos gestores, o Twitter ocultou a publicação de Trump, feita um dia antes da eleição presidencial dos EUA, colocando um aviso afirmando que o conteúdo era "questionável" e "poderia ser enganoso".
O Twitter também impediu que usuários compartilhassem ou respondessem à publicação, permitindo apenas que o compartilhamento fosse feito com comentários. A empresa também afirmou que a publicação não será recomendada por seus algoritmos.
Na publicação de Trump no Facebook, que foi compartilhada 4.200 vezes, a rede social adicionou um aviso de isenção de responsabilidade dizendo que votar pelo correio e pessoalmente tem um "histórico de confiabilidade" nos Estados Unidos e que a fraude eleitoral é extremamente rara.
Sabendo que o fim do seu governo seu aproxima, Trump promete não ceder a cadeira democraticamente.