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"E$QUEMA S"

Frederick Wassef recebeu R$ 2,7 milhões do sistema S, dizem investigadores

Esquema criminoso movimentou R$ 355 milhões aponta o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Receita Federal

O advogado Frederick Wassef - © Reprodução/Revista Fórum

O advogado Frederick Wassef, que atendia até junho a família do presidente Jair Bolsonaro, é alvo de busca e apreensão da Operação E$quema S deflagrada nesta 4ª-feira (9.set.2020) para apurar desvios de recursos no Sistema S do Rio de Janeiro. Bolsonaro e a família não são investigados na Operação.

O Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram na manhã a Operação E$quema S que cumpre 50 mandados de busca e apreensão em endereços de advogados, escritórios e empresas investigadas pelo possível desvio, entre 2012 e 2018, de cerca de R$ 355 milhões das seções fluminenses do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) e da Federação do Comércio (Fecomércio/RJ).

Entre os alvos das buscas estão o advogado Frederick Wassef, que já defendeu o senador Flávio Bolsonaro, o advogado Cristiano Zanin, que representa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a advogada Ana Tereza Basilio, que defende o governador afastado do Rio Wilson Witzel. As ordens são cumpridas no Distrito Federal e em cinco Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Alagoas, Ceará e Pernambuco.

Investigadores suspeitam que Wassef tenha ganho R$ 2,7 milhões por meio do escritório da ex-procuradora Luiza Nagib Eluf, contratada pela Fecomercio com uso de dinheiro público do Sesc/Senac Rio.

A investigação sobre o ex-defensor da família Bolsonaro faz parte da apuração do MPF sobre uso de recursos do Sistema S para o tráfico de influência no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Tribunal de Contas da União (TCU).

Os advogados do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, são acusados de liderar o esquema entre 2012 e 2018. São suspeitos de terem recebido, segundo os investigadores, ao menos R$ 67,8 milhões do Sistema S fluminense e foram responsáveis, segundo a investigação, por indicar outros escritórios que participaram do suposto desvio.

DENÚNCIA 

As investigações partiram da Operação Jabuti, aberta em 2018, e reuniram dados compartilhados de apurações da Receita, Tribunal de Contas da União, da Operação Zelotes, quebras de sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário, e também informações de Orlando Santos Diniz, ex-gestor das entidades paraestatais e delator, diz a Procuradoria.

A força-tarefa da Lava Jato fluminense listou parte dos fatos descritos na denúncia em um infográfico:


*As informações são do Estadão Conteúdo e da Folha de S. Paulo.