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RELAÇÃO FERIDA

Bolsonaro e PSL testam 'reatar namoro', mas presidente pede a cabeça de Joice e Olimpio

Major Olimpio, que já chegou a chamar o presidente de traidor e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) de bandido

Joice Hasselmann e Jair Bolsonaro - © Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido-RJ) e o PSL, partido pelo qual se elegeu, tentam uma reaproximação. Para tal, no entanto, há exigências de lado a lado. Bolsonaro, de acordo com a Revista Veja, apresentou uma lista de oito parlamentares que ele gostaria que fossem expulsos do partido. Segundo a revista, estão na relação o senador Major Olimpio e os deputados Joice Hasselmann, Julian Lemos e Junior Bozzella.

O presidente do partido, Luciano Bivar (PSL-PE), por sua vez, já mandou avisar que não tem como atender a exigência. “A legislação eleitoral impede que se tire qualquer um deles. Não podemos, por uma vontade política que afronta o resultado de uma eleição, simplesmente expulsar o cidadão”, disse um cacique da legenda. 

CHANCE ZERO

O PSL, no entanto, estuda alternativas para agradar ao presidente. O deputado Junior Bozzella, por exemplo, pode ser destituído do comando do diretório do PSL de São Paulo. A cajadada mataria dois coelhos, pois é ele quem indica a candidatura à prefeitura da cidade. A escolhida, a deputada Joice Hasselmann, arqui-inimiga do presidente, não tem chance alguma de se eleger, tem traço nas pesquisas de opinião, e tirá-la da disputa não causaria grandes danos.

Hasselmann, por sua vez, reclamou com a possibilidade de Bolsonaro voltar ao partido. A parlamentar afirmou recentemente que o “PSL não está à venda e não participará do toma lá dá cá do governo”. Informada sobre os detalhes das negociações, ela comentou: “Por que ele quer me expulsar? Porque me defendi das agressões que o bando que o cerca e os filhos fizeram contra mim?”. E, por fim, ponderou: “Não vou ser empecilho para ele voltar. Se houver arrependimento, pode haver perdão”.

ALIANÇA CARACU

Outro caso espinhoso é o do Major Olimpio, que já chegou a chamar o presidente de traidor e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) de bandido, diz não acreditar no avanço das negociações entre Bolsonaro e o PSL. Para ele, o presidente e os filhos querem apenas fisgar o fundo eleitoral e o tempo de televisão da legenda. “É a aliança caracu. Eles entram com a cara e a gente com o resto. Se ele voltar ao partido, eu terei trinta segundos para sair ou para ser expulso”.

Pelo lado do partido, a principal exigência envolve o afastamento de Karina Kufa, a advogada da família Bolsonaro, que, no ano passado, promoveu uma espécie de intervenção bolsonarista na legenda. Por causa disso, ela é considerada pivô do rompimento entre o presidente e o partido. Bivar já avisou que Karina é persona non grata nessa nova configuração.

RETOMADA DO NAMORO

Bolsonaro chamou ao Palácio da Alvorada, na última quarta-feira (26), aliados que pretendiam migrar para o Aliança pelo Brasil: “Estamos tentando retomar o namoro com o PSL”. O presidente disse que ele só tomará uma decisão sobre sua filiação no ano que vem, mas, num sinal evidente de qual deve ser o caminho mais vantajoso para os seus fiéis seguidores, orientou que eles retomassem as atividades na sigla.

A disputa pelo comando do PSL envolve muito dinheiro e interesses políticos. Nas últimas eleições, o partido recebeu 9,2 milhões de reais para distribuir entre os seus mais de 1 400 candidatos. Nestas eleições, o partido vai contar com quase 200 milhões de reais do fundo eleitoral para bancar despesas com as campanhas de prefeitos e vereadores pelo país afora.

Fonte: Revista Fórum.