A senadora Simone Tebet (PMDB) foi eleita presidente da Comissão Mista Permanente de Combate à Violência Contra a Mulher hoje, afirmando que o combate ao problema é um dos mais complexos desafios do Estado brasileiro, porque é originado em raízes históricas e sociais. Simone criticou o costume de minimizar a agressão a mulheres, bem como a imagem que a mídia faz do sexo feminino como objeto sexual. Ela também disse que é preciso mudar a ótica de que a defesa dos direitos femininos é uma questão menor.
“Não é apenas uma questão de gênero. A violência contra a mulher impacta em 1,2% o PIB brasileiro. Impacta os serviços de Saúde, de Justiça e de Assistência Social. E mais, a violência contra a mulher compromete a integridade física e psíquica das futuras gerações”, afirmou Simone lembrando que a comissão é “filha da CPMI de Combate à Violência Contra a Mulher”. A CPMI apresentou 13 projetos de lei que estão tramitando na Câmara e no Senado. A lei sancionada ontem que tornou o feminicídio crime hediondo é um exemplo do trabalho originado nesta CPMI.
A Comissão foi instalada em ato solene, com a presença do presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, de deputadas e senadoras no Salão Nobre do Senado Federal. Em seguida, as parlamentares seguiram para o plenário da Comissão para dar prosseguimento à primeira reunião da Comissão.
O presidente Renan Calheiros afirmou que o Congresso Nacional não fechará os olhos para “a vergonha que é o Brasil estar em sétimo lugar no ranking entre as 84 Nações que mais matam mulheres”. Ele afirmou que a Comissão Mista Permanente de Combate à Violência Contra a Mulher será um instrumento importante para buscar o avanço nesta luta.
Apoio - A primeira reunião da Comissão teve a participação do Ministro da Saúde, Arthur Chioro, que colocou a pasta à disposição para auxiliar os trabalhos do colegiado. “Muitas vezes os serviços de saúde são os que primeiro acolhem às vítimas da violência. Vamos buscar excelência no atendimento do SAMU, das UPAs e da rede de atenção à mulher para que elas possam ser acolhidas com respeito”, afirmou.