Ao longo de sua carreira política o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "sempre elogiou e quis legalizar as milícias". A declaração é do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo Wálter Maierovitch, conhecido por sua colaboração em uma investigação que localizou mafiosos sicilianos.
Em entrevista aos colunistas do UOL Tales Faria e Chico Alve hoje, Maierovitch afirmou ainda que a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e a revelação de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi avisado sobre uma investigação de seu interesse estão relacionados com "uma clareza solar".
Segundo o jurista, as milícias no Rio de Janeiro têm tentáculos na política, assim como a máfia italiana "elegia membros da democracia cristã".
"Não sou hipócrita em achar que milícia não elege ninguém. A máfia elegia membros da democracia cristã. As [milícias], que tem controle de território e social, difundem o medo (...) determinam ordem de fechamento de comércio (...) Eu vou fingir que não tem controle eleitoral? É lógico que tem", disse.
"O próprio presidente Bolsonaro sempre elogiou e quis legalizar as milícias como uma forma de segurança pública. Mostra um interesse nas milícias", declarou Maierovitch.
"Dá para alguém conceber que um [então] deputado estadual pegue a maior comenda da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e vá condecorar um miliciano na cadeia?", questiona.
Ele se refere ao dia 9 de setembro de 2005, quando então tenente da PM Adriano Magalhães da Nóbrega —acusado de homicídio— recebeu na cadeia a Medalha Tiradentes do então deputado Flávio Bolsonaro.
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