07 de setembro de 2024
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Vídeo: Bolsonaro diz que "pintou um clima" com meninas de 14 e 15 anos

Na internet, o vídeo começou a circular neste sábado (15.out.22)

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Em entrevista ao podcast Paparazzo Rubro-Negro na sexta-feira (14.out.22), Jair Bolsonaro (PL) afirmou que, quando visitava uma comunidade em Brasília, já como presidente da República, encontrou meninas de "14 ou 15 anos", "bonitas", "arrumadinhas" e na sequência, afirmou que "pintou um clima" com as menores.

O canal ao qual Bolsonaro falou é um vlog de jogos, crítica, mercado Rubro-Negro, lives, lances da arquibancada, entrevistas e conteúdo Flamengo para o Youtube, como o canal se define no Youtube.  

Na internet, o vídeo começou a circular neste sábado com diversas críticas de internautas classificando a fala como "pedófila".

Na ocasião em que fez a fala, Jair Bolsonaro comentava uma suposta visita que ele fez a uma casa de pessoas de origem venezuelana em Brasília (DF). Na ótica do mandatário, um retorno de Lula (PT) ao poder levaria a prostituição de adolescentes, apesar de haver fundo de verdade na afirmação, visto que os programas de combate a exploração sexual infantil ganharam propulsão justamente durante os governos de esquerda no Brasil. Eis o vídeo:

A fala de Bolsonaro é temerosa em muitos aspectos, pois, se ele viu crianças em situação de exploração sexual e não denunciou às autoridades policiais, ele deixou de exercer seu papel de chefe de estado. Além de não dizer o que ele fez, Bolsonaro não deu detalhes de como concluiu naquela visita que as meninas venezuelanas estariam sob condição de exploração sexual para "ganhar a vida", termo chulo usado pelo presidente na entrevista.  

AÇÕES DOS GOVERNOS DE ESQUERDA CONTRA A EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTIL

Nos governos de Lula e Dilma Rousseff, o Brasil avançou de forma consistente no combate à exploração sexual de meninos e meninas. As ações isoladas e de baixo alcance do passado deram lugar a uma intervenção governamental integrada e com ampla mobilização da sociedade, como o Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes, o Disque 100. 

No Governo Lula, a Secretaria de Direitos Humanos realizou mais de 2,5 milhões de atendimentos, por meio do Disque 100, e encaminhou mais de 142 mil denúncias provenientes de 4.885 municípios de todas as 27 unidades federativas do país. Em dezembro de 2010, o serviço foi integrado ao Disque Direitos Humanos, que recebe e encaminha denúncias de violência contra outros segmentos vulneráveis, a exemplo de idosos, população LGBT, pessoas com deficiência e população de rua.

Em 2014, foram registradas 24.575 denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Desses casos, 19.165 foram de abuso e 5.410 de exploração sexual infantil. Entre 2015 e 2016, 37 mil casos de denúncias de violência sexual na faixa etária de 0 a 18 anos foram recebidos pelo Disque 100.

Também na gestão petista o Brasil sediou em 2008 o III Congresso Mundial de Enfrentamento da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Maior evento do gênero já realizado no mundo inteiro, o Congresso reuniu delegações de160 países, com 3500 participantes, incluindo quase 300 adolescentes dos cinco continentes.

Em abril de 2016, no Governo Dilma, foram realizadas simultaneamente cinco conferências temáticas sobre Direitos Humanos e políticas para crianças e adolescentes, idosos, pessoas com deficiência e população LGBT, em um evento que reuniu mais de 7 mil pessoas, em Brasília (DF).

As políticas públicas em defesa de menores no Brasil, na gestão petista teve como pilares a transversalidade das ações governamentais, consolidada com o lançamento, em 2007, da Agenda Social Criança e Adolescente. 

Envolvendo 47 ações e 14 ministérios, a Agenda tornou-se o maior plano intersetorial de enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes já implantado no país. Entre os principais destaques das políticas públicas implantadas a partir de 2003 está o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM). Criado pelo governo Lula, o PPCAAM atua no atendimento direto aos ameaçados e às suas famílias, retirando-os do local da ameaça e inserindo-os em novos espaços de moradia e convivência. 

O Programa oferece oportunidades aos protegidos, tanto no que se refere ao acompanhamento escolar, como na inserção em projetos culturais e profissionalizantes, entre outros.