07 de setembro de 2024
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ELEIÇÕES 2024

Vander reafirma Camila Jara como nome do PT para prefeita de Campo Grande

Partido pode analisar aliança com Rose Modesto, mas decisão será tomada pelo diretório e delegados

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Durante entrevista ao programa Capital Meio Dia, da Rádio Capital 95 FM, nesta quarta-feira, 24 de janeiro, o deputado federal Vander Loubet (PT-MS) reafirmou que a deputada federal Camila Jara é a pré-candidata do PT à prefeitura de Campo Grande (MS) em 2024. "Sempre fui a favor da aliança quando você acha que não tem força para ter uma candidatura própria, mas nós temos um histórico de candidatura. A Camila já passou, ela é nossa candidata. Vai ter ainda um encontro, mas internamente ela é a nossa candidata", declarou o parlamentar. 

De acordo com Loubet, o PT sempre apresentou candidatos ao Executivo, desde 1985, a primeira eleição após a redemocratização e, embora defenda alianças, considerou que uma candidatura própria no primeiro turno é estratégica. "O que eu vejo, eu estava falando com ela [Camila Jara] esse final de semana, caminha aqui para um cenário, na minha modesta opinião, de um quadro pulverizado, 5, 6 candidatos. O primeiro turno é o espaço para cada partido se apresentar com seu programa, com a sua chapa. Você pode fazer aliança? É claro que pode! O que eu vejo, a Rose [Modesto], acho que o PT, aí é uma opinião pessoal também, vai ter que estar discutindo as possibilidades nas capitais, nas grandes cidades, onde é possível. Vamos ter maio, junho, para definir isso", observou.  

Loubet refletiu sobre os adjetivos de Rose que a credenciam para uma aliança com o PT. "Temos força suficiente para manter a candidatura, ou podemos fazer aliança? E eu vou te falar o que eu vejo. A Rose, ela não votou no Lula, todos nós sabemos. E o governo do presidente Lula deu uma grande oportunidade para ela: assumiu a Sudeco, o principal cargo do Centro-Oeste. E eu acho, eu ajudei. Eu acho que foi importante! Nós precisamos, até para sair dessa polarização, dialogar com outros setores. E a Rose representa os evangélicos, é professora, mulher, educadora é de Centro. Foi numa conjuntura que ela acabou assumindo e eu acho que é uma opção que nós temos!". 

Ainda conforme o deputado, num xadrez político pulverizado, umas das opções mais razoáveis para Rose seria uma aliança com a legenda de esquerda. "Eu acho que ela só vai sair daquele cargo [da Sudeco], se ela tiver uma das máquinas apoiando ela. Vamos lá, qual é meu raciocínio: a Adriane [Lopes], é candidata, é muito difícil ela a, ‘vou terminar o mandato e não vou ser candidata, vou apoiar a Rose’; o governo do estado é difícil abrir mão do Beto [Pereira] para apoiar a Rose; e nós temos uma candidatura consolidada, né? A Rose, ela vai abrir para uma aliança com o PT, assumir o governo Lula? Eu acho que até aí é possível. Então, temos que aguardar até maio, junho...", opinou.  

Com uma das carreiras mais vitoriosas da política sul-mato-grossense, Vander Loubet ainda levantou o possível quantitativo de votos que Camila Jara poderia conquistar num primeiro turno pelo Executivo campo-grandense em 2024. "A Camila sendo nossa candidata ela não faz menos de 20%. O Benhur fez isso em 2000, eu fiz isso em 2004. Depois nós começamos a cair, e agora nós começamos a recuperar, o Pedro já teve 11, 12 e eu acho que a Camila pela votação que teve, ela teve 37 mil votos aqui. Em 2004 eu tive 30 mil votos em Campo Grande, depois fui candidato e fiz 24% em 2004, então eu acho que a Camila fica entre 20, 25% se for uma candidatura própria nossa. Com isso, nós dobramos nossa bancada. Então, nós temos uma excelente candidata", avaliou.  

Para Loubet, uma 'aliançada' do PT deverá, em todo caso, estar em defesa de programas da legenda e do governo federal. "Nós vamos fazer a defesa do Lula, para nós abrirmos para uma candidatura ou aliança com a Rose, tem que ser no compromisso de fazer a defesa do nosso programa, do governo federal. Acho que ela tem todas as condições, até porque ela está no governo, cumprindo um papel no governo, num cargo estratégico do governo federal. Então, nós temos que aguardar para ver".  

O deputado defendeu a abertura para alianças, mas salientou que os responsáveis por decidir isso não são ele ou qualquer outro político. "O PT tem que estar aberto, se vai ou num vai é outra história, mas eu defendo que a gente esteja aberto para qualquer tipo de proposta. Agora, no PT não tem liderança. Assim: ah, porque é deputado Vander, porque é deputada Camila, porque é deputado Zeca, Pedro Kemp, Gleise, não tem. É o diretório, os delegados, e nós estamos muito aptos... O mais importante para nós, é que nós temos uma candidatura competitiva, eu acho que uns 5, 6 candidatos com 25, 28% estão na disputa, e nós podemos seja ir com a Rose, se for uma aliança ou com a Camila como está hoje. Agora, quem vai decidir isso é o partido, são os delegados do partido. Tem gente que defende aliança. Tem gente que acha que se fizer aliança você amplia o palanque do presidente Lula na reeleição dele daqui em 2026. Tem gente que acha que uma candidatura própria consolida mais os projetos, os programas do governo", revelou. 

Por fim, Loubet apontou que o momento é de reafirmação do nome de Jara e que futuramente o xadrez político pode levar a diálogos diretos entre siglas, pois o PT já está num cenário mais favorável que nas mais recentes disputas. "Então, eu tenho uma experiência enorme e eu acho que nós temos que agora, neste momento, reforçar a candidatura da Camila. Construir uma chapa de vereadores competitiva e depois a gente ir dialogando, seja com os partidos, até para nós trazermos, se a Rose não for, trazer o União Brasil para nos apoiar aqui, fazer uma aliança ao contrário, eles indicar o vice para nós. Então, eu estou muito otimista. Duro ela nas últimas eleições principalmente, que a gente tinha uma dificuldade enorme, ninguém queria nós, todo mundo queria é no escurinho só com a gente”, completou.