O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) se posicionou publicamente contra a proposta de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e criticou a postura do governador Eduardo Riedel (PSDB), que se manifestou favorável ao projeto.
Em nota divulgada nesta 2ª feira (7.abril.25), o parlamentar classificou a posição de Riedel como motivo de “divergência” com o PT e defendeu uma “avaliação cuidadosa” sobre a permanência do partido na base do governo estadual.
Segundo Vander, a aproximação com Riedel no segundo turno das eleições de 2022 se deu em um contexto de enfrentamento ao extremismo, e a entrada do PT na gestão estadual foi pautada pelo “diálogo e pela coletividade”. No entanto, com o apoio declarado do governador à anistia, o parlamentar avalia que é necessário repensar essa aliança.
“Somos contrários à anistia e temos divergências com o governador Riedel quanto a isso”, afirmou o deputado. Ele ainda destacou que a decisão sobre a continuidade do PT no governo precisa ser coletiva e considerar os efeitos políticos e sociais para o partido e para o Estado.
Vander também lembrou que há membros do PT ocupando cargos no governo estadual, enquanto parlamentares da base de Riedel no Congresso Nacional vêm votando favoravelmente às pautas do governo Lula. Para o deputado, essa interdependência reforça a necessidade de uma “interlocução estratégica e responsável”.
“Estou comprometido em liderar esse diálogo, buscando garantir que nossas decisões sejam coerentes com os interesses da sociedade e com os princípios democráticos que defendemos”, disse.
Ao final da nota, o parlamentar reafirmou que respeitará a decisão do diretório estadual do PT sobre o futuro da sigla na gestão tucana.
NOTA
“Somos contrários à anistia e temos divergências com o governador Riedel quanto a isso. Foi a conjuntura de extremismos que nos levou a apoiar Riedel desde a sua campanha no segundo turno de 2022. E nossa entrada em seu governo foi fundamentada no diálogo e na coletividade no PT, valores que continuam a guiar nossa atuação.
Entretanto, diante da atual conjuntura, é essencial avaliar cuidadosamente nossa permanência no governo estadual.
Temos companheiras e companheiros envolvidos diretamente na gestão estadual e boa parte dos parlamentares do partido do governador no Congresso Nacional tem votado de forma favorável ao governo Lula. Essa conexão exige uma interlocução estratégica e responsável, tanto em Mato Grosso do Sul quanto junto ao Governo Federal. Estou comprometido em liderar esse diálogo, buscando garantir que nossas decisões sejam coerentes com os interesses da sociedade e com os princípios democráticos que defendemos.
A permanência ou saída do PT do governo Riedel deve ser fruto de um debate profundo, que leve em conta os impactos políticos e sociais dessa decisão. E aquilo que o PT-MS decidir será respeitado e seguido por mim.”