Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro comentaram em um vídeo a live desta 5ª-feira (4.fev), que querem a indicação da deputada Bia Kicis (PSL-DF) para cargos bastantes distantes da atuação da mesma. Ela que pleiteia presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deveria segundo comentário cobrando o presidente, ser “colocada STJ [Supremo Tribunal de Justiça] para o time ficar mais completo”, escreveu o perfil identificado como sendo suspostamente Paulo Scomparim.
Acontece que a cobrança de Paulo ao presidente não faz o menor sentido, já que segundo a Constituição Federal, para ocupar uma das 33 vagas no STJ, precisam ser brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. Não é este o caso de Bia Kicis, que além de não ter nenhuma formação além do Direito, na Universidade de Brasília, ainda é investigada justamente pela CCJ num Inquérito das Fake News onde a deputada é acusada de levantar falsos em "batalha ideológica" com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afim de atacar a honra dos mesmos.
Kicis também já defendeu o impeachment de ministros como Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além de ter uma postura negacionista sobre a pandemia de Covid-19.
Apesar da polêmica após sua indicação pelo PSL para presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a deputada Bia Kicis (PSL-DF) afirmou ao Valor que confia que assumirá o comando do colegiado porque esse foi um compromisso do novo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “Confio que o acordo firmado vai ser respeitado porque confio que o presidente Arthur Lira é um homem de palavra. Todo mundo fala que ele é, é a marca registrada dele, então eu confio”, disse.
Em 27 de novembro de 2019 a deputada publicou em suas redes sociais uma montagem com os rostos dos ex-ministros Sérgio Moro (Justiça) e Luiz Henrique Mandetta (saúde) pintados de negro, sugerindo que ambos deveriam procurar empregos para negros.
Apesar do pedido de Paulo, alguns apoiadores discodaram da sua sugestão.