Se Gilmar Olarte é franco-atirador, o PMDB é um generalato. Enquanto o prefeito busca incessantemente fazer com que sua equipe de secretários, superintendentes e diretores trabalhem no ritmo de suas pretensões para tentar colocar Campo Grande nos trilhos, o PMDB se antecipa à própria oposição e bombardeia o que considera erros de gestão, sem deixar de elogiar os acertos administrativos ou a boa intenção de acertar em determinadas áreas.
O PMDB ora mordeu, ora assoprou. Mordeu quando os erros eram claros e as justificas não eram dadas ou eram falhas. Assoprou quando se propôs a manter o apoio e abrir uma linha de diálogo em forma de auxílio político, caso e se Olarte solicitar. Em resumo, se errar, nós não assumiremos o ônus; se acertar é porque teve o dedo do PMDB aí. Olarte se vira como pode, mas sofre o fogo amigo, não porque seus soldados querem lhe abater, mas apenas porque não têm competência no tiro.
O GISA voltou a ser destaque e abalou profundamente a saúde política da família Trad. Ainda que tenha provocado um rombo financeiro muito menor do que as mantas do Lixão, mas isso é outro processo, apenas mais um dos escândalos da administração de Nelsinho Trad. O GISA é mais emblemático porque atinge diretamente toda a população, que faz uso, ou deveria ter condições de fazer, da Saúde Pública.
Numa tacada, Nelsinho Trad provocou um rombo nos combalidos cofres da Capital e carregou junto consigo no barco da Justiça seu ex-secretário de Saúde e atual deputado federal Luiz Henrique Mandetta, outro ex-secretário, Leandro Mazina (até aqui, todos ligados ao clã) e mais 23 acusados entre servidores e empresas.
E a coisa ficou tão feia, num momento que perderam espaço em sua própria casa e buscam no mercado da política quem lhes dê abrigo, que na toada da “Farinha Pouca, Meu Pirão Primeiro”, o caçula que vem nadando para alcançar o porto do Paço Municipal declarou: “Um irmão é diferente do outro, assim como um dedo da mão é diferente do outro” .
Fogueira
E o deputado Márcio Fernandes, olhos e ouvidos do ex-governador André Puccinelli no PTdoB, ou Peemedebezinho como é carinhosamente chamado por André, não soube controlar a Fogueira da Vaidade que acendeu e quase incendeia o Partido ao lançar atabalhoadamente seu nome para concorrer à Prefeitura de Campo Grande, um município que lhe é estranho, pois da última vez que concorreu a um cargo executivo foi para a prefeitura do município de Jaraguari. E perdeu.
Tapa Buracos
Espera-se menos agitação para a semana que está por vir. Afinal, a leitura das vinte mil folhas sobre a operação tapa buracos, entregue após o encerramento da sessão de quinta-feira (26), pelo secretário Valtemir Alves de Brito, da Seintrha (Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação), deve tomar boa parte de vereadores, assessores e possíveis auditorias contratadas, na análise de tantos dados. Os documentos abrangem os anos de 2010 a 2015 e perpassam parte da administração Nelsinho Trad (ele de novo, o que mais gastou em tapa buracos), administração Alcides Bernal e a gestão atual de Gilmar Olarte.
Enfim, terminado o Carnaval, estamos definitivamente no ano de 2015. Parece que o período da Quaresmo, propício à meditação, não vai ter essa toada.