22 de novembro de 2024
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Vídeo: frase "Te amo, espanhola" deflagrou perseguição de Zambelli a jornalista

Assustado, jornalista disse: "Eu pensei na minha mãe, que é sozinha..."

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Foi identificado como sendo Luan Araújo, de 32 anos, o homem negro alvo de agressões e perseguição com tiros disparados pela deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) e seus assessores neste sábado (29.out.22). 

Antes de continuar, leia:  

Segundo o Yahoo Notícias, Araújo disse que estava de folga, voltando de um chá de bebê, quando percebeu a parlamentar na porta de um restaurante que fica na região da Avenida Paulista, em São Paulo, pedindo voto para o também bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) a um recepcionista do estabelecimento. 

Luan disse que ao presenciar a cena, resolveu intervir e protestar contra Zambelli, de forma pacífica e sem qualquer tipo de contato físico. Neste momento, os seguranças da parlamentar começaram a filmá-lo, mas a coisa teria subido de tom quando ele disse à bolsonarista a frase “Te amo, espanhola”. Eis o vídeo:

 

A expressão faria referência a um boato sobre a vida pessoal da deputada de extrema direita. Na CPI das Fake News, em 2019, a também deputada Joyce Hasselmann (PSDB-SP) afirmou que presidente Jair Bolsonaro (PL) supostamente teria perguntado a ela se Zambelli teria sido prostituta no período que viveu na Espanha.

Após Luan disparar a frase, a parlamentar saiu correndo atrás dele, furiosa, de arma em punho, assim como seus seguranças, também armados. Nesse momento, Luan disse que ouviu um tiro ser disparado.

“Eu ouvi um tiro e não sei se passou perto da minha perna, mas eu senti a bala chegando perto. E saí correndo do bar. Eles tentaram me colocar no chão, como se fossem policiais mesmo”, contou o jornalista.

Luan revelou ainda que foi cercado dentro do bar onde se abrigou e que Zambelli gritava para ele “deitar no chão”, o que gerou uma discussão tensa dentro do estabelecimento, uma vez que o jornalista respondia à bolsonarista que ela “não era policial”. O jornalista falou também que, diante do nível de ameaça e risco que estava sofrendo, preferiu pedir desculpa para tentar contornar a situação, já que sentia que sua vida corria risco.

“Eu falei: 'você não é policial, eu não vou ficar no chão para você'. Aí começou um bate-boca muito grande e ela disse que ia chamar a polícia... O susto que eu passei hoje foi enorme. Eu pensei na minha mãe, que é sozinha. Eu sou preto, eu sou periférico, da zona leste de São Paulo. Eu pensei muito na minha namorada. Eu pensei muito na minha vida e eu acho que a gente está em uma situação extrema, não é uma situação normal. Não é uma situação saudável”, disse o jornalista, conforme reportagem do Yahoo Notícias.