Seguramente, o prestígio da senadora Simone Tebet (MDB/MS) no Congresso Nacional tem sido um dos diferenciais na defesa de interesses políticos e governamentais de Mato Grosso do Sul em Brasília, após receber o prêmio de melhor senadora do Brasil em 19 de setembro de 2019, pela revista Congresso em Foco. Com a projeção política que alcançou, Simone já é apontada como a melhor opção do MDB para os próximos projetos eleitorais, como a sucessão estadual de 2020, se o ex-governador André Puccinelli não entrar na disputa
Ela tem desempenhado papel decisivo nos esforços da bancada e do governo estadual para garantir recursos federais e também quando é chamada a intervir em favor de questões políticas, como ocorreu na escolha sobre quem o presidente Jair Bolsonaro (PSL) escolheria para a superintendência regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), vinculado ao Ministério da Cidadania.
A influência adquirida cumprindo papéis relevantes no MDB e no Congresso Nacional – especialmente agora, que preside a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) – consolidou Simone entre as vozes mais ouvidas do alto clero congressual. E quando Bolsonaro se convenceu que seria preciso negociar cargos no Planalto para atrair a adesão de parlamentares aos seus projetos de reforma, vários ministérios e cargos de representação nos estados passaram a ser alvo de partidos interessados em fazer a negociação.
REAVALIAÇÃO
A superintendência regional do IPHAN estava na alça de mira. O senador Nelsinho Trad (PSD/MS) liderou uma ação da bancada sulmatorossense que pediu “a cabeça” da superintendente Maria Clara Scardini. Esposa do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Corumbá, Paulo Roberto Duarte (MDB), a arquiteta havia sido nomeada pelo presidente emedebista Michel Temer.
A movimentação do grupo chegou a convencer o presidente, que demitiu Scardini e já ia substituí-la pelo historiador Eldo Elcídio Moro. Alertado pela Secretaria de Governo, Bolsonaro reavaliou a decisão. E determinou à Secretaria que reconduzisse a arquiteta à chefia da superintendência. No processo, pesaram, e bastante, as ponderações da assessoria palaciana e das lideranças governistas que conhecem e sabem do peso político e congressual da senadora Simone.
Além do trânsito privilegiado na Casa, Simone comanda com desenvoltura e firmeza a CCJC, administra as tensões com rara habilidade e cria canais de interatividade com os partidos para que a gestão do colegiado não sofra por falta de legitimidade.
As chefias regionais do IPHAN estão entre os 15 mil cargos federais comissionados que aguçam o apetite na barganha entre os partidos e o Palácio do Planalto. De acordo com balanço do jornal “O Estado de São Paulo”, das 102 nomeações para superintendências assinadas desde janeiro até 15 de setembro, 50 foram por indicação política.