O secretário municipal de saúde, Ivandro Fonseca, entrou em contradição por diversas vezes em seu depoimento para a comissão processante que investiga possíveis irregularidades na administração do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP). Ele foi chamado a depor para esclarecer os contratos emergenciais com as empresas Total e MegaServ, responsáveis pela limpeza dos postos de saúde da Capital.
Primeiro, o secretário afirmou que a prefeitura reincidiu o contrato com a empresa Total no dia 01 de janeiro de 2013, pois havia suspeitas de superfaturamento e a empresa não possuía nenhum tipo de protocolo de limpeza, como o recomendado pela vigilância sanitária. Momentos depois, Ivandro declarou que, na verdade, foi a própria firma que decidiu paralisar a prestação de serviços.
Para completar as incoerências, a Total foi recontratada através de um pregão emergencial ainda em janeiro para atender os postos de saúde nos três meses seguintes. Ivandro argumentou que a empresa voltou a praticar preços mais razoáveis e a cidade passava por uma epidemia de dengue no começo do ano, o que obrigou a prefeitura a criar contratos emergenciais. Neste momento, o vereador Flávio César (PT do B) rebateu que a secretaria de saúde achou mais fácil romper o contrato com a Total a readequá-lo.
Para explicar o segundo contrato emergencial, feito desta vez com a empresa MegaServ no dia 01 de março, Ivandro argumentou que a empresa venceu o pregão por apresentar o preço mais baixo. Segundo ele, a prefeitura pagava para a Total R$ 606 mil por mês e passou a pagar R$ 745 mil por mês para a MegaServ. Indignado, o vereador Flávio César ironizou a resposta do secretário: “ou eu fugi das aulas de matemática ou você está cometendo algum engano”. Em reposta, Ivandro afirmou que, naquele pregão, o segundo menor preço apresentado foi R$ 345 mil superior ao da MegaServ.
Questionado sobre as denúncias de que faltam materiais de limpeza nos postos de saúde,o secretário culpou a administração do ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB). “Assumimos a secretaria numa forma critica e muitas coisas da administração passada precisavam ser revistas. Eu acho que a população perderia mais com o contrato superfaturado da empresa do que pela falta de papel”, finalizou.
Diana Christie e Alan Diógenes