22 de novembro de 2024
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CORTINA DE FUMAÇA

'Quietinho sobre irmãos Miranda', Bolsonaro vai ao cercadinho e xinga presidente do TSE

Estratégia de Bolsonaro nesta sexta é a mesma que ele usa em qualquer crise do governo

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Derretendo nas pesquisas, perdendo feio para Lula, Jair Bolsonaro está desesperado. Hoje (9.jul), o presidente pode ter passado dos limites, ele foi ao cercadinho em frente ao Palácio da Alvorada e xingou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luís Roberto Barroso e disse aos apoiadores no cercadinho que "não pode haver" eleição em urnas em 2022, sob a justificativa de que podem fraudar. Bolsonaro, porém, não conseguiu até o momento provar como as urnas podem ser fraudadas.    

Bolsonaro ainda atacou o presidente e o relator da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL).

Segundo a pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada na segunda-feira (5/7), Lula tem 41,3% das intenções de voto para o Palácio do Planalto; já o atual presidente tem 26,6%.

"A fraude está no TSE, para não ter dúvida. Isso foi feito em 2014", declarou o mandatário, repetindo a acusação infundada de que o então candidato Aécio Neves (PSDB) teria vencido o pleito contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Bolsonaro se afastou do tucano, mas sempre foi admirador do político mineiro. A afirmação de Bolsonaro foi contestada pelo próprio Aécio, que disse não acreditar que tenha existido fraude naquela eleição.

CORTINA DE FUMAÇA

A estratégia de Bolsonaro nesta sexta é a mesma que ele usa em qualquer crise do governo. Ele usa o cercadinho para criar uma “cortina de fumaça” para esconder temas que verdadeiramente são reais, como a denúncia do escândalo Covaxin. 

Senadores da "tropa de choque" do governo federal na CPI da Covid não escondem seu desconforto com o silêncio de Jair Bolsonaro sobre a conversa que teve com os irmãos Miranda no Alvorada, em que o presidente foi avisado sobre a corrupção no Ministério da Saúde e ‘deixou passar’ por segundo ele, ser “coisa do Barros”.

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) sugeriu que o seu irmão Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, pode ter gravado a conversa com Jair Bolsonaro em 20 de março na qual o tema foi o escândalo de corrupção da Covaxin.

O parlamentar havia dito que um lobista ligado ao líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), lhe ofereceu seis centavos de dólar por unidade do imunizante para que ele não denunciasse o esquema de corrupção.

Emails também comprovaram que o Ministério da Saúde negociou oficialmente a venda de vacinas com representantes da Davat Medical Supply. Um membro da empresa disse ter recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de assinar um contrato.

O tema acima sim importa. Bolsonaro ameaçar o sistema democrático é só uma estratégia para encobrir e ganhar tempo.

A senadora sul-mato-grossense Simone Tebet revelou nesta semana que o documento suspostamente ‘real’ apresentado pelo governo de Bolsonaro sobre o escândalo na verdade trata-se de um documento falso.