Um dos mais lógicos arranjos pré-eleitorais começa a ganhar forma nos horizontes políticos de Mato Grosso do Sul. Pressionado pelas variações de temperatura no ambiente que precede a temporada sucessória, o PSDB instala definitivamente em seu núcleo de debates o reconhecimento de que só tem dois caminhos a seguir em 2020: apoiar a campanha do prefeito Marquinhos Trad (PSD) pela reeleição ou então lançar sua própria chapa majoritária.
Qualquer uma das duas alternativas, mesmo com distintas composições de protagonistas e interesses, produzirá resultados que causarão sensível impacto no processo sucessório estadual e numa eventual candidatura do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ao Senado em 2022. Por isso, a montagem que passa a ser configurada apresenta ao debate interno do partido a necessidade de assumir ou ter disponível um nome para concorrer à sucessão municipal, caso não se concretize a aliança com o PSD.
O nome alçado para essa disponibilidade é o do deputado federal Beto Pereira. E com um detalhe que chama a atenção: Pereira seria preparado como candidato a prefeito na disputa com Marquinhos, e no caso de uma derrota terá conseguido, apenas com a sua presença na disputa, um apelo eleitoral fortalecido e ampliado para chegar em 2022 como candidato do PSDB à sucessão de Azambuja.
O núcleo pensante do tucanato está consciente sobre o peso determinante do eleitorado de Campo Grande e do apoio de Marquinhos Trad para Azambuja ter um futuro político com sólidas perspectivas quando seu governo entrar no último ano. Garantir ao seu maior líder um novo mandato, alongando sua presença na vida publica, é um suporte político, eleitoral e institucional dos mais valiosos para a própria subsistência do PSDB em Mato Grosso do Sul. E esta solidez vai depender da capacidade eleitoral fornecida pelas urnas em 2020, que hoje ninguém sabe se terá maior alcance com uma candidatura própria ou em aliança no palanque pela reeleição de Marquinhos Trad.