A Procuradoria Geral da República (PGR) desmentiu nesta 2ª.feira (27.fev.2023) a farsa emplacada pelo ex-ministro da Justiça bolsonarista, Anderson Torres, de que a minuta golpista encontrada pela Polícia Federal em sua casa, em 12 de janeiro, estaria em um monte de papéis para descarte. O documento, na verdade, estava em meio a itens “de especial singularidade, como fotos de família e imagem religiosa”.
O órgão pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que seja mantida a prisão do ex-ministro bolsonarista. O parecer da PGR esclarece que a peça golpista encontrada na casa do ex-ministro não se tratava de “um documento que seria jogado fora”, mas ao contrário, estaria “muito bem guardado” em uma pasta do governo.
Vamos lembrar que a minuta narrava a ordem do então presidente Jair Bolsonaro (PL) para que fosse decretado Estado de Sítio no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em razão da sua derrota nas urnas. "A apreensão só foi possível porque Anderson Gustavo Torres estava fora do país, retornando apenas no dia 14 de janeiro de 2023. Estivesse o investigado em solo nacional gozando de liberdade, possivelmente esse e outros elementos de prova seriam ocultados ou destruídos, assim como ocorreu com seu aparelho celular", diz a procuradoria.
No dia em que extremistas atacaram as sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro, Torres estava em Orlando, nos Estados Unidos. Ocupava, àquela altura, o cargo de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, e foi demitido pelo governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB). Moraes expediu uma ordem de prisão preventiva contra Torres em 10 de janeiro a pedido da PF. Ele foi preso assim que chegou ao Aeroporto Internacional de Brasília, em 14 de janeiro.
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A decisão do ministro também determinava a busca e apreensão nos imóveis do ex-ministro, ocasião em que a minuta foi encontrada. O documento integra uma investigação em curso no TSE contra Bolsonaro, por ele ter atacado a Justiça Eleitoral levantando falso sobre o sistema eleitoral brasileiro em reunião com embaixadores, em 18 de julho de 2022.
“Diante desse panorama, não há, no momento, como dissociar as condutas omissivas de Anderson Gustavo Torres dos atos ocorridos no dia 8 de janeiro de 2023, com ataque às instituições democráticas e depredação e vandalismo dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes“, diz a PGR no documento apresentado no inquérito.
O órgão requer, ainda, que a PF seja oficiada para concluir o relatório parcial das investigações realizadas no prazo de 30 dias. O documento é assinado pelo subprocurador geral da República Carlos Frederico Santos.
Recentemente também foram encontradas 60 aves silvestres irregulares na casa de Anderson Torres, apreendidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Isso ocorreu na 6ª feira (24.fev).
Fonte: *Com Poder360.